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Com voto do Brasil e abstenção chinesa, ONU aprova resolução contra invasão russa à Ucrânia

O placar geral teve 141 votos favoráveis, 5 contrários e 35 abstenções

Foto: Reprodução
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A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas aprovou uma resolução que condena a operação militar da Rússia na Ucrânia e a trata como invasão. O texto teve 141 votos favoráveis, incluindo o Brasil.

Cinco países foram contrários: Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia. Outros 35 países decidiram se abster, como China, Cuba, Irã, Cazaquistão, Nicarágua e Vietnã.

O texto pede que a Rússia retire as suas forças militares da Ucrânia e que interrompa a operação.

O próprio secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, era favorável à resolução. Ele vem tratando as ações da Rússia como uma violação à soberania da Ucrânia.

Ao defender a minuta, os ucranianos disseram que a “guerra agressiva” promovida pela Rússia viola os tratados da ONU e repetiu a comparação entre o presidente Vladimir Putin e o ditador de extrema-direita Adolf Hitler.

Para o governo de Kiev, a ação russa tem o objetivo de “tirar da Ucrânia o direito de existir”.

O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kylytsya, chamou de “crimes bárbaros” os atos da Rússia no país. Segundo ele, os militares russos não somente têm atacado a Ucrânia com mísseis, como também passou a usar lançamentos de foguetes em áreas residenciais.

“Os ucranianos têm sido assassinados por mísseis balísticos”, declarou o diplomata, que citou migrantes como um chinês e um indiano como vítimas. O representante pediu ainda que os países assinem novamente a Carta da ONU como gesto simbólico de reafirmação dos valores dos direitos humanos.

Já a Rússia disse que a minuta não citava o crescimento do neonazismo na Ucrânia, nem o que Putin chama de “golpe de Maidan”, que se refere à derrubada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich em 2014, processo que teria ocorrido com apoio dos Estados Unidos, segundo o embaixador russo Vasily Nebenzya.

O diplomata afirmou que há uma “pressão inédita” com “ameaças claras” pelos países ocidentais para que os membros da assembleia votassem “de acordo com os interesses” da Casa Branca.

Nebenzya afirmou que a nova resolução pode reforçar os radicais de Kiev e mencionou “crimes” contra reféns na região de Donbass, onde cidadãos russos teriam sido perseguidos durante oito anos por forças militares ucranianas e movimentos de ultradireita.

O Brasil disse que a adoção da resolução pela comunidade internacional comprova o “compromisso com princípios centrais pelos quais a ONU foi fundada”.

O discurso do diplomata Ronaldo Costa Filho elogiou citações à necessidade de monitoramento à situação humanitária na Ucrânia e de que as partes respeitem a lei humanitária internacional para “garantir a segurança de civis” e “facilitar o acesso completo aos serviços humanitários por aqueles que necessitam”.

Uma segunda rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia deve ocorrer nesta quarta-feira 2. A primeira aconteceu na segunda-feira 28, na Bielorrússia, sem avanços claros.

A Rússia exige que a Ucrânia se comprometa a não aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, aliança militar de 30 países liderada pelos Estados Unidos. Outra reivindicação é de que o bloco pare de se expandir ao leste europeu.

 

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