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Cinco turistas são mortos ‘por engano’ em praia do Equador

Para o presidente Daniel Noboa, o caso é ‘uma demonstração de que o narcoterrorismo e seus aliados estão buscando espaços para nos atemorizar’ 

Presidente Daniel Noboa persiste na militarização da segurança pública no Equador, enfrentando denúncias de execuções e violações de direitos humanos
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Cinco pessoas foram sequestradas e mortas na praia de Ayampe, no sudoeste do Equador, aparentemente ao serem confundidas com rivais dos agressores, um caso pelo qual o presidente Daniel Noboa expressou, neste sábado 30, sua “solidariedade com as vítimas”.

O mandatário informou em sua conta na plataforma X que uma pessoa foi detida por envolvimento no caso, o qual considerou “uma demonstração de que o narcoterrorismo e seus aliados estão buscando espaços para nos atemorizar”.

“Não vamos descansar até encontrarmos os demais”, disse Noboa. Na sexta-feira, o comandante da polícia local Richard Vaca disse à imprensa que cerca de 20 pessoas armadas participaram do sequestro, ao invadirem um hotel da cidade no mesmo dia.

No grupo de turistas, que chegou a Ayampe na tarde de quinta-feira, havia seis adultos e cinco crianças. As vítimas foram submetidas a  “interrogatórios”, disse Vaca, e os corpos dos cinco adultos foram encontrados com ferimentos a bala horas depois em uma rodovia próxima.

O comandante assegurou que as vítimas não tinham vínculos evidentes com organizações criminosas. Os agressores “teriam confundido, aparentemente, esses indivíduos como seus adversários na disputa do micro-tráfico no setor”, disse.

Em janeiro, Noboa declarou o país em conflito armado interno, após uma violenta investida de quadrilhas que deixou cerca de 20 mortos, ataques à imprensa, explosões e mais de 200 sequestros em prisões e ruas.

Apesar dessas medidas, a violência armada não parou. Na sexta-feira, quatro pessoas, inclusive um militar, foram mortas na cidade de Manta, em Manabí.

No fim de semana passado, a prefeita de San Vicente, na mesma província, foi executada a tiros em um novo caso de violência política que deixa o país de luto após os assassinatos do candidato presidencial Fernando Villavicencio e do prefeito de Manta, Agustín Intriago, em 2023.

Na quarta-feira, uma rebelião em um presídio de Guayaquil deixou três detentos mortos e seis feridos no mesmo centro prisional de onde Adolfo ‘Fito’ Macías, líder da quadrilha Los Choneros, fugiu em janeiro sem deixar rastro.

Noboa assegurou que os últimos acontecimentos violentos nessa prisão “não são fatos isolados”, pois ocorreram às “vésperas de uma consulta popular” que o governo impulsiona para enfrentar o narcotráfico. Em sua conta na plataforma X, o presidente responsabilizou “narcoterroristas” e “políticos aliados” pelo motim.

No Equador, um centro logístico para o envio de drogas aos Estados Unidos e à Europa, as quadrilhas disputam as rotas do narcotráfico com violência, o que elevou a taxa de homicídios de 6 por 100.000 habitantes em 2018 ao recorde de 46/100.000 em 2023.

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