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Centenas marcham por justiça após a morte de manifestante detido na Argentina

O caso ocorreu às vésperas das primárias que definirão os candidatos à Presidência

Milei assumirá a Casa Rosada no próximo dia 10 de dezembro. Foto: Elena Boffetta/AFP
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Centenas de pessoas participaram de uma marcha nesta sexta-feira 11 ao redor do Obelisco de Buenos Aires para pedir justiça após a morte de um manifestante detido na véspera durante um protesto contra as eleições primárias de domingo na Argentina.

“Houve uma operação desmedida das forças repressivas contra um núcleo que nem sequer estava interrompendo a rua, o que indica que vieram provocar e claramente miraram em Facundo (Molares), militante com uma história revolucionária”, disse à AFP Mirta Israel, uma atriz de 62 anos, que participou da passeata.

Em meio ao protesto, alguns encapuzados atiraram uma bomba incendiária na direção de um posto da polícia e pedras contra policiais, mas foram rapidamente isolados do restante dos manifestantes, que os denunciaram como infiltrados.

Os incidentes ocoreram a dois dias da realização das primárias de domingo, que vão definir os candidatos que irão disputar as eleições presidenciais de 22 de outubro.

O manifestante morto foi identificado como Facundo Molares, de 48 anos, um ativista argentino, ex-combatente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e que esteve detido na Bolívia em 2019, durante o governo de Jeanine Añez.

A morte ocorreu após ele ter sido detido e imobilizado no chão pela polícia com outros militantes de seu grupo político, o Rebelião Popular, que fizeram uma manifestação em frente ao Obelisco, convocando à abstenção eleitoral.

O ex-presidente boliviano Evo Morales expressou, nesta sexta-feira, “solidariedade e condolências à família e aos companheiros de luta do irmão Facundo Molares, que perdeu a vida em Buenos Aires em uma repressão policial”.

Organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram “o uso intenso e irresponsável da força aplicada na repressão que culminou com a morte de Morales” e responsabilizaram a prefeitura de Buenos Aires pelo ocorrido.

O prefeito Horacio Rodríguez Larreta, pré-candidato à Presidência pelo Juntos por el Cambio (oposição de centro-direita), apoiou a polícia e assegurou que a morte ocorreu por uma “descompensação” do homem, devido a seus problemas de saúde.

Imagens do vídeo de uma jornalista mostram que os detidos foram agredidos e imobilizados com o rosto voltado para o chão.

No vídeo, a jornalista pediu aos policiais que o virassem para cima “porque estava ficando roxo”. As manobras de reanimação não tiveram sucesso e, após ter sido levado do local por uma ambulância, a morte de Facundo foi declarada.

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