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Casa Branca volta a criticar o ‘tom’ do governo Lula sobre a guerra na Ucrânia
Horas antes, porém, o presidente afirmou condenar a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia
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Os Estados Unidos voltaram nesta terça-feira 18 a criticar o governo Lula por declarações sobre a guerra na Ucrânia. Segundo a porta-voz da gestão de Joe Biden, Karine Jean-Pierre, o “tom” do chanceler Mauro Vieira não seria de neutralidade.
Na segunda 17, Vieira se encontrou em Brasília com o chanceler russo, Sergey Lavrov. Horas depois, o aliado de Vladimir Putin se reuniu com o presidente Lula.
Após as agendas, Mauro Vieira foi questionado sobre as críticas do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, a recentes declarações de Lula sobre a guerra.
“Não posso dizer nada, porque não ouvi e não sei do que se trata. Só posso dizer que o Brasil e a Rússia completam este ano 195 anos de relações diplomáticas com embaixadores residentes. São dois países que têm uma história em comum”, respondeu.
Informado sobre o teor da reclamação norte-americana, Vieira emendou: “Não concordo de forma alguma. Não sei como, por que chegou a essa conclusão. Desconheço as razões pelas quais disse”.
Ele ainda afirmou que a conversa com Lavrov “não entrou em quadro de guerra” e que Lula “reiterou que o Brasil está disposto a cooperar com a paz”.
“Ficamos impressionados com o tom da entrevista do ministro das Relaçoes Exteriores ontem, que não era o tom de neutralidade, sugerindo que os EUA e a Europa não estão interessados em paz ou que têm responsabilidade pela guerra”, criticou Jean-Pierre nesta terça. “Acreditamos que está totalmente errado. Queremos que a guerra termine.”
A porta-voz da Casa Branca ainda disse confiar “na força da relação entre EUA e Brasil, ainda que discordemos de algumas declarações do presidente Lula”.
Mais cedo nesta terça, Lula afirmou condenar a violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia e pediu uma “solução política negociada” para a guerra. As declarações foram concedidas após um almoço no Palácio do Itamaraty com o presidente da Romênia, Klaus Werner Iohannis.
Segundo Lula, é necessário “criar urgentemente um grupo de países que tentem se sentar à mesa com a Ucrânia e a Rússia para encontrar a paz”.
“Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito”, disse o petista. “Reiterei minha preocupação com as consequências globais do conflito em matéria de segurança alimentar e energética, especialmente sobre as regiões mais pobres do planeta.”
No último final de semana, duas declarações de Lula sobre a guerra geraram repercussão internacional:
– Na sexta-feira 14, em Pequim, ele afirmou que os Estados Unidos e a União Europeia “precisam parar de incentivar a guerra e começar a falar em paz”. Só assim, emendou Lula, seria possível “convencer Putin e Zelensky de que a guerra, por enquanto, só está interessando aos dois”;
– No domingo 16, em Abu Dhabi, Lula disse: “Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”.
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