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Brexit: parlamento britânico rejeita saída em segunda votação

Resultado impõe segunda derrota para a primeira-ministra britânica Theresa May

(John Thys/AFP)
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O Parlamento Britânico rejeitou, por 391 votos a 242, o acordo que define os termos Brexit, a saída do Reino Unido do bloco europeu, prevista para 29 de março.

Foi a segunda votação para definir os termos do acordo do Brexit e também a segunda derrota da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, em votação crucial no Parlamento britânico.

O plano já havia sido reprovado em outra votação em janeiro, também por maioria esmagadora, enviando May de volta a Bruxelas para apelar por mudanças.

O porta-voz da premiê britânica afirmou, logo após a derrota no Parlamento, que a chefe de governo não tem planos de voltar a negociar seu acordo com a União Europeia. May disse que o pacto continua sendo “o melhor e o único acordo disponível”.

Na segunda-feira 11, após conversas de última hora com autoridades do bloco europeu, a primeira-ministra afirmou ter recebido garantias legais da UE suficientes para convencer os legisladores britânicos a apoiarem seu acordo reformulado.

Essas garantias assegurariam que a cláusula mais controversa do Brexit – o mecanismo de salvaguarda irlandês chamado backstop – seria aplicada apenas temporariamente depois que o Reino Unido deixasse o bloco comunitário europeu no fim do mês.

Antes da votação nesta terça-feira, porém, vários eurocéticos disseram que não estavam convencidos dessas “garantias legais” mencionadas por May.

O Parlamento britânico realizará outra votação nesta quarta-feira 13, dessa vez para dizer se o Reino Unido deve deixar a UE sem um acordo de futuros laços em 29 de março. Se a opção for rejeitada, um voto na quinta-feira decidirá se o país pedirá ao bloco europeu um adiamento do divórcio.

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Um porta-voz do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a segunda rejeição dos parlamentares ao acordo, a apenas 17 dias da partida prevista, aumentou “significativamente as chances de um Brexit sem acordo”. “Difícil ver o que mais pode fazer a UE”, acrescentou.

“A UE fez tudo o que podia para ajudar na aprovação do acordo de saída. O impasse só pode ser resolvido no Reino Unido”, disse, por sua vez, o negociador-chefe europeu para o Brexit, Michel Barnier. “Nossas preparações para um ‘não acordo’ são agora mais importantes do que nunca.”

Barnier se referia ao pacote de medidas elaborado por Bruxelas para preparar a UE para a possibilidade de o Reino Unido deixar o bloco sem um acordo entre as duas partes. O plano visa proteger os setores que seriam mais afetados, como alfândega, serviços financeiros e transporte aéreo. Países como Alemanha e França também já se preparam individualmente para esse caso.

Após o fracasso de May em negociar um acordo que agradasse a maioria dos parlamentares britânicos, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, de oposição, pediu a convocação de eleições gerais antecipadas no país. O pleito está previsto para 2022.

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