Mundo
Brasil vai aderir à ação da África do Sul na ONU que acusa Israel de genocídio
À medida que conflito foi se agravando na região, o governo Lula passou a acusar abertamente o governo Netanyahu pelo morticínio em Gaza
O chanceler Mauro Vieira confirmou que o Brasil se juntará formalmente ao processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas.
Em entrevista concedida à rede Al Jazeera no último domingo 13, o ministro das Relações Exteriores anunciou que o País entrará como terceira parte na ação judicial que acusa o Estado israelense de praticar genocídio em Gaza. Ao se confirmar, a medida representará um novo patamar na crítica do governo (PT) Lula à conduta militar de Israel.
“Estamos trabalhando nisso, e você terá essa boa notícia em muito pouco tempo”, disse o chanceler, ao ser questionado sobre os motivos pelos quais o Brasil ainda não tinha aderido ao processo.
Em seguida, Vieira foi questionado sobre o que teria levado o Brasil a demorar a aderir à demanda, já que o processo movido pela África do Sul tramita há dois anos. O ministro, então explicou que Brasília privilegiou inicialmente as tentativas de mediação.
“Nós fizemos enormes esforços para chamar por negociações. Os últimos desenvolvimentos da guerra nos fizeram tomar a decisão de nos juntarmos à África do Sul na Corte Internacional”, afirmou ele.
A África do Sul intensificou recentemente suas acusações contra Israel. Na semana anterior, o país apresentou nova petição alegando que o país governado por Benjamin Netanyahu elevou o confronto a “uma nova e horrenda fase”. O governo israelense, por sua vez, diz que suas operações em Gaza respeitam as normas do direito internacional.
A participação do Brasil na demanda tem a ver com uma abordagem já apresentada pelo próprio Lula, que, em outras oportunidades, acusou Israel de praticar genocídio da Faixa de Gaza.
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