Economia

Opep+ decide reduzir ainda mais a produção e convida o Brasil a aderir ao grupo

O Ministério de Minas e Energia ainda vai estudar o convite, diz Alexandre Silveira

O presidente Lula durante cerimônia oficial de chegada a Doha, no Catar, em 30 de novembro de 2023. Foto: Ricardo Stuckert/PR
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Arábia Saudita e Rússia, dois dos maiores produtores mundiais de petróleo, anunciaram nesta quinta-feira 30 que vão reduzir ainda mais sua produção para desacelerar a queda nos preços, após a conclusão da reunião dos 23 países da Opep+

O Brasil, maior produtor da América Latina desde 2016, foi convidado a se juntar à aliança, segundo um comunicado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

“É um momento histórico para o Brasil”, reagiu Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia. O País está entre os dez maiores países produtores de petróleo do mundo.

O Ministério de Minas e Energia ainda vai estudar o convite, detalhou Silveira, que participou do encontro virtual.

Durante a reunião, a Arábia Saudita anunciou que manteria “até o final do primeiro trimestre de 2024” sua redução de produção de um milhão de barris diários.

Riade aplica essa política desde julho, como parte das medidas adotadas pela Opep+ para dar suporte às cotações da commodity nos mercados.

A Rússia, por sua vez, informou que elevaria a redução de sua produção de petróleo de 300.000 a 500.000 barris diários até março.

Outros países, como Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã, também vão reduzir sua produção, mas em menor medida, segundo a agência Bloomberg.

A Opep+ nasceu em 2016, quando a Rússia e outros nove países – Cazaquistão, Azerbaijão, Malásia, México, Bahrein, Brunei, Omã, Sudão e Sudão do Sul – somaram forças com os 13 membros da Opep – Venezuela, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Nigéria, Líbia, Kuwait, Iraque, Irã, Gabão, Guiné Equatorial, República do Congo, Angola e Argélia – para frear a queda nos preços.

Por volta das 14h30 de Brasília, a cotação do Brent, o barril de referência na Europa, operava em baixa de 0,31%, a 82,84 dólares o barril. O WTI (West Texas Intermediate), negociado no mercado americano, recuava 2,47%, a 75,94 dólares, apesar dos anúncios.

Negociações intensas

As negociações dos últimos dias foram intensas. A Arábia Saudita, o país que mais reduziu sua produção, tentou convencer os países africanos a fazerem o mesmo.

Mas tanto Angola quanto Nigéria rejeitaram essa proposta e tentaram aumentar suas cotas de produção de petróleo, uma fonte valiosa de divisas estrangeiras. Ambos os países tinham concordado em reduzir suas cotas durante a última reunião em junho.

Desde o fim de 2022, a Opep+ adotou cortes de abastecimento de aproximadamente 5 milhões de barris por dia.

O cartel petroleiro sofreu sua pior crise em 2020, devido aos confinamentos da pandemia de Covid-19, que reduziram drasticamente a demanda por hidrocarbonetos.

Em abril de 2020, o grupo chegou a um acordo para reduzir a produção em 9,7 milhões de barris diários para desacelerar a queda nos preços. A produção voltou a crescer em 2021.

Nas últimas reuniões, os membros da Opep+ anunciaram reduções voluntárias para impulsionar os preços.

Mudança no equilíbrio de poder

Os investidores têm alertado que o corte da produção pode ser insuficiente para evitar uma queda de preços.

A cotação do petróleo está longe dos quase 140 dólares por barril alcançados depois da invasão russa da Ucrânia, embora esteja acima da média dos últimos cinco anos.

Atualmente, os preços giram em torno dos 80 dólares por barril. Em setembro, chegaram perto dos 100 dólares.

Entre os produtores persiste também a preocupação com o enfraquecimento da demanda, ligada à desaceleração das economias, particularmente na China, o maior importador mundial de petróleo.

Do lado da oferta, a produção de hidrocarbonetos atingiu níveis recordes no Brasil e nos Estados Unidos, levando alguns analistas a citarem uma mudança no equilíbrio de poder.

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