O governo Lula (PT), por meio do Ministério das Relações Exteriores, condenou o ataque a bomba que deixou 95 mortos no Irã durante uma cerimônia pelo quarto aniversário da morte do general Qasem Soleimani.
“Ao expressar suas condolências aos familiares das vítimas e sua solidariedade ao povo e ao governo da República Islâmica do Irã, o Brasil reitera seu mais firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo”, diz o comunicado divulgado pelo Itamaraty.
As bombas explodiram em um momento de tensão no Oriente Médio, um dia após o número dois do Hamas, Saleh al Aruri, aliado do Irã, morrer em um ataque em Beirute atribuído a Israel.
As explosões desta quarta, com intervalo de 15 minutos, ocorreram perto da mesquita Saheb al Zaman, onde está o túmulo de Soleimani, na cidade de Kerman, no sul do Irã. Nenhum grupo reivindicou o ataque, o mais mortal no país desde a revolução de 1979.
A televisão estatal informou que 211 pessoas ficaram feridas, algumas delas em estado crítico. Segundo a Irna, a primeira explosão aconteceu a 700 metros do túmulo de Soleimani, morto em um ataque em 2020 executado por um drone americano no Iraque. O segundo artefato foi detonado um quilômetro mais longe.
A República Islâmica decretou um dia de luto nacional na quinta-feira e o presidente Ebrahim Raisi, que cancelou uma viagem para a Turquia, condenou o ataque, classificado como “odioso”.
O guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta quarta uma “dura resposta” aos “criminosos inimigos da nação”.
Ao anoitecer, uma multidão voltou ao local da explosão, gritando “morte a Israel!” e “morte aos Estados Unidos!”.
Washington, por sua vez, afirmou que “os Estados Unidos não tiveram envolvimento algum” e que “qualquer insinuação que o contradiga é ridícula”. Também afirmou não haver motivos para acreditar que Israel está por trás do ataque.
Israel, inimigo declarado do Irã, não comentou o ataque. “Estamos focados na luta contra o Hamas”, declarou o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.
(Com informações da AFP)
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