Mundo
Brasil assina carta com Grupo de Lima em que renova compromisso com Juan Guaidó
Declaração do bloco pede ‘transição democrática’ na Venezuela, governada por Nicolás Maduro


O Brasil assinou uma declaração em que renova “unidade e firme compromisso” em favor do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, em apoio ao que chamou de “transição democrática” e de “reconstrução institucional, econômica e social” no país vizinho. A declaração foi publicada na sexta-feira 14, pelo Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com o Itamaraty, assinam com o Brasil os atuais governos de Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru. As nações compõem o bloco chamado de Grupo de Lima, que considera como ilegítimo o mandato do chavista Nicolás Maduro.
O grupo foi criado em 2017 por iniciativa do Peru, com o argumento de reverter o que classifica como “ruptura da ordem democrática e constitucional” na Venezuela.
No texto que leva o nome de “Declaração do Grupo de Lima”, os governos afirmam que rechaçam “as manobras do regime ilegítimo de Nicolás Maduro que atentam contra o exercício dos mais elementares direitos civis e políticos”, e afirmam que há “captura de instituições essenciais para o restabelecimento da democracia”.
Também manifestam apoio à “Declaração Conjunta de Apoio à Transição Democrática na Venezuela”, documento publicado na sexta-feira 14 com uma lista de 31 países signatários, que inclui Estados Unidos, Israel, Albânia, Austrália, Bahamas, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estônia, Geórgia, Guatemala, Guiana, Haiti, Hungria, Letônia, Lituânia, Reino Unido, República Dominicana, Santa Lucía e Ucrânia.
O Centro de Comunicação Nacional, órgão comandado por Juan Guaidó, agradeceu o posicionamento dos países que o apoiam, em uma nota publicada neste sábado 15.
A Venezuela se prepara para novas eleições parlamentares para a Assembleia Nacional, em 6 de dezembro deste ano. Os mandatos eleitos vigorarão entre o período de 2021 e 2026. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, 105 organizações políticas estão habilitadas a participar do processo (em julho, a expectativa anunciada era de 89). No entanto, em 2 de agosto, 27 partidos publicaram um comunicado em que anunciaram que não vão participar do pleito.
Declaração do Grupo de Lima: https://t.co/waZy9xvjPp pic.twitter.com/HY2izVv2wH
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) August 14, 2020
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Em encontro exibido pelo PT, Maduro chama Bolsonaro de “tremenda desgraça”
Por Victor Ohana
Trump diz que “algo acontecerá na Venezuela” com envolvimento dos EUA
Por Victor Ohana
Lula, Dilma, Haddad e líderes latinos repudiam ação militar contra Nicolás Maduro
Por Victor Ohana