Mundo
Bombardeios israelenses matam mais de 400 na Faixa de Gaza; chefe do governo do Hamas está entre os mortos
Ataque promovido por Israel é o mais intenso desde o fim da trégua


O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, anunciou na manhã desta terça-feira 18 que o número de mortos nos bombardeios israelenses das últimas horas subiu para 413. Esse é o mais intenso ataque do exército de Benjamin Netanyahu no território palestino desde o fim da trégua com o Hamas.
“Muitas vítimas permanecem sob os escombros e estamos trabalhando para recuperá-las”, destacou o Ministério em comunicado, indicando que o balanço de mortos deve aumentar nas próximas horas.
Chefe do governo do Hamas está entre os mortos
Entre os mais de 400 mortos por Israel nos bombardeios das últimas horas está o chefe do governo do Hamas na Faixa de Gaza, Essam al Dalis. A informação é do próprio grupo islamista.
Nos ataques, também morreram outros três dirigentes do governo de Gaza, incluindo o vice-ministro do Interior, Mahmud Abu Watfa, e o diretor-geral dos serviços de segurança interna, Bahjat Abu Sultan, segundo o “comunicado de condolências” divulgado pelo Hamas.
Al Dalis era membro do escritório político do Hamas e pertencia à liderança do movimento islamista na Faixa de Gaza desde 2021.
O general de divisão Abu Watfa estava à frente do Ministério do Interior do governo do Hamas em Gaza e foi visto no território em janeiro, após a assinatura do acordo de trégua, acompanhando a presença da polícia nas ruas.
Sua morte nos ataques israelenses da noite foi anunciada à AFP por duas fontes do Hamas em Gaza.
‘Culpa dos EUA’
O movimento islamista atribuiu aos Estados Unidos a “responsabilidade” pelos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza. “Com seu ilimitado apoio político e militar à ocupação (israelense), Washington tem total responsabilidade pelos massacres e assassinatos de mulheres e crianças em Gaza”, afirmou o Hamas em um comunicado.
Evacuação das zonas fronteiriças
Após a noite de intensos bombardeios, o Exército israelense ordenou que os moradores de Gaza abandonem as zonas fronteiriças.
Palestinos se deslocam pela Faixa de Gaza para fugir dos novos ataques intensos de Israel.
Foto: Bashar TALEB / AFP
A ordem de evacuação está em vigor “especialmente” para as áreas de Beit Hanoun, no norte da Faixa, Khirbet Khuzaa, Abasan al Kabira e Abasan al Jadida, no sul, que são “zonas de combate perigosas”, anunciou na rede social X o porta-voz em idioma árabe do Exército, Avichay Adraee.
Ele também afirmou que os habitantes de Gaza devem seguir “para os abrigos no oeste da cidade de Gaza e na cidade de Khan Yunis”.
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, afirmou que o país continuará combatendo na Faixa de Gaza “até que todos os reféns tenham retornado”.
“Não vamos parar de lutar até que todos os reféns tenham retornado para suas casas e que todos os objetivos da guerra tenham sido cumpridos”, afirmou Katz em um comunicado. Entre as metas do governo israelense estão, além do retorno dos sequestrados (vivos e mortos), a destruição do Hamas como força militar ou política na Faixa de Gaza.
Após os bombardeios, o Hamas afirmou que “trabalha com os mediadores” internacionais para “frear a agressão de Israel“.
O Hamas “aceitou o acordo de cessar-fogo e o aplicou completamente, mas a ocupação israelense renegou seus compromissos (…) ao retomar a agressão e a guerra”, afirmou uma fonte do movimento islamista.
(Com informações de AFP)
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