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Biden diz que mantém decisão de sair do Afeganistão: ‘Não vou repetir erros do passado’

Presidente dos Estados Unidos disse que a população afegã não se esforçou para combater o Talibã

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Foto: Brendan Smialowski/AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que não voltará atrás na decisão de retirar as tropas militares do Afeganistão, país da Ásia Central no qual os americanos estiveram presentes por 20 anos. A declaração ocorreu em pronunciamento oficial nesta segunda-feira 16, depois que um vídeo mostrou uma invasão de afegãos em uma pista de aeroporto, atrás de um avião com americanos que saíam do país.

Com a saída dos militares americanos do Afeganistão, a organização Talibã tem ocupado as principais cidades do País. A ascendência do grupo eleva os riscos à população, especialmente em relação à garantia dos direitos humanos.

A invasão dos Estados Unidos no Afeganistão, vale lembrar, ocorreu em 2001, depois dos atentados às Torres Gêmeas de 11 de setembro. Na época, George W. Bush dava prosseguimento a uma agenda que, supostamente, promovia a democracia em países da Eurásia, mas a operação foi criticada por diversos analistas internacionais por ter piorado as condições sociais dessas localidades.

Em seu pronunciamento, Biden disse que os Estados Unidos pareceu culpar os afegãos pela falta de resistência ao Talibã. O presidente americano disse que a Casa Branca gastou mais de 1 trilhão de dólares com a atuação no País, em despesas com o treinamento de 300 mil militares, muitos deles afegãos, com o fornecimento de equipamentos bélicos e com a manutenção da força aérea.

“Demos todas as chances para que lutassem pelo próprio futuro. O que não conseguimos dar é o desejo de lutar pelo próprio futuro”, disse Biden, de Washington. “Os gastos não podem continuar de forma indefinida.”

Segundo o discurso de Biden, os Estados Unidos erraram em prolongar a sua presença militar no Afeganistão, e os homens do Exército estavam “exaustos” e “desprotegidos” com o fortalecimento do Talibã. Ele acrescentou, ainda, que a decisão ocorreu por consequência do acordo firmado por Donald Trump, que determinava a retirada das tropas americanas do país a partir de 1º de maio deste ano.

Biden informou que, desde a data, o índice de militares americanos no país caiu de 15.500 para 2,5 mil.

“Eu não vou repetir os erros que fizemos no passado”, disse. “O erro de ficar indefinidamente num conflito que não é de interesse nacional dos Estados Unidos.”

Líderes internacionais adversários de Biden têm culpado a Casa Branca pelo atual cenário político afegão. Nesta segunda-feira, a Rússia disse que o fortalecimento do Talibã se deu após os Estados Unidos fracassarem no cumprimento de supostas metas relacionadas à promoção da democracia e da estabilidade.

“Os autores de tais histórias estão tratando, de alguma maneira, de justificar o fracasso dos estadunidenses no Afeganistão”, disse Zamir Kabulov, diretor do Departamento para a Ásia do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

O Irã, adversário dos Estados Unidos no Oriente Médio, declarou que apoiará a a população afegã e disse que o colapso no país ocorreu após a entrada do país norte-americano.

“Como nos últimos 40 anos, apoiamos o povo do Afeganistão e sua vontade”, disse Ali Shamjani, do Conselho de Segurança Nacional, no Twitter nesta segunda.

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