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Biden diz considerar novas sanções à Rússia após a morte de Navalny; Trump não menciona Putin

O ex-presidente dos EUA descreveu o caso como um sinal do colapso norte-americano

FOTO: JIM WATSON, BRENDAN SMIALOWSKI/AFP
Biden e Trump. Foto: Jim Watson, Brendan Smialowski/AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse considerar a possibilidade de impor “sanções adicionais” contra a Rússia após a morte do líder da oposição Alexei Navalny, enquanto Donald Trump evitou condenar Moscou pelo ocorrido.

“Já existem sanções, mas estamos considerando sanções adicionais, sim”, disse Biden, que responsabilizou diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, e os seus “bandidos” pela morte de Navalny.

Alexei Navalny morreu na sexta-feira em circunstâncias desconhecidas, aos 47 anos, em uma prisão russa no Ártico, o que deixou a oposição russa no exílio em choque.

Biden e outros aliados ocidentais já impuseram sanções sem precedentes para conter as ações de Moscou na guerra contra a Ucrânia, embora não tenham conseguido conter o conflito.

No entanto, as dúvidas sobre o futuro compromisso de Washington com Kiev aumentaram recentemente. 

Com o financiamento dos EUA já esgotado, os aliados republicanos de Trump na Câmara dos Representantes paralisaram 60 bilhões de dólares (298 bilhões de reais na cotação atual) em nova ajuda militar.

Biden voltou a criticar os republicanos nesta segunda-feira 19 pela não aprovação do pacote de ajuda.

“A forma como se afastam da ameaça da Rússia, a forma como se afastam da Otan, a forma como se afastam do cumprimento das nossas obrigações é simplesmente chocante”, disse ele.

Após três dias sem comentários, Trump, favorito nas primárias republicanas para as presidenciais de novembro, pôs fim ao seu silêncio sobre a morte de Navalny com uma declaração que evitou criticar o Kremlin e, em vez disso, descreveu o ocorrido como um sinal do colapso dos Estados Unidos.

Em uma mensagem em sua rede Truth Social, o ex-mandatário disse que “a morte repentina” de Navalny o deixou “cada vez mais consciente sobre o que está acontecendo” nos Estados Unidos, que qualificou de “nação em decadência”.

“É um processo lento e constante, com políticos, promotores e juízes corruptos e de esquerda radical que nos levam ao caminho da destruição”, acrescentou.

Trump denunciou “fronteiras abertas, eleições manipuladas e decisões judiciais muito injustas” em seu país.

O ex-presidente ainda não havia comentado ou escrito sobre a morte do opositor.

A publicação, no entanto, não menciona Putin nem o governo russo.

No dia anterior, o silêncio inicial de Trump sobre a morte de Navalny suscitou críticas de sua principal concorrente pela indicação republicana, a ex-embaixadora na ONU Nikki Haley.

“O fato de que não queira reconhecer nada com Navalny… ou está do lado de Putin e pensa que está tudo bem se Putin matasse um de seus opositores políticos, ou simplesmente não pensa que seja para tanto”, disse Haley no programa This Week, da rede ABC.

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