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Biden anuncia que será candidato à reeleição em 2024

‘Vamos concluir o trabalho’, escreveu Biden ao confirmar seu nome como candidato do partido democrata

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Las Vegas, Nevada. Foto:Photo by Ethan Miller/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (25) que será candidato à reeleição em 2024 e inicia, com a idade recorde de 80 anos, uma nova campanha intensa pela Casa Branca.

“Cada geração tem um momento no qual teve que defender a democracia. Defender suas liberdades fundamentais”, escreveu Biden em uma mensagem no Twitter, acompanhada por um vídeo.

“Acredito que este é o nosso momento. É por isto que estou concorrendo à reeleição como presidente dos Estados Unidos. Juntem-se a nós. Vamos concluir o trabalho”, acrescentou.

O vídeo começa com imagens da violenta invasão de apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021) ao Capitólio – sede do Congresso – em 6 de janeiro de 2021 e de protestos contra a abolição do direito ao aborto, entre outros, e mostra Biden junto com a vice-presidente Kamala Harris em diferentes situações.

Biden aspira a nomeação do Partido Democrata sem nenhum adversário real, após uma série de vitórias legislativas e grandes embates internacionais em seus primeiros anos como chefe de Estado.

O democrata, no entanto, deve enfrentar questionamentos sobre sua idade na campanha, que pode ser uma repetição das eleições de 2020, quando ele enfrentou o ex-presidente Donald Trump.

A idade do político veterano, que teria 86 anos ao final de um eventual segundo mandato, provoca dúvidas inclusive em sua própria base eleitoral, onde muitos o consideram velho demais.

A oposição republicana já questionou sua candidatura e afirmou que Biden está “desconectado” da realidade.

“Biden está tão desconectado da realidade que acha que merece mais quatro anos no poder, quando tudo o que está fazendo é criar uma crise atrás da outra”, disse a líder do partido, Ronna McDaniel, após o anúncio de Biden.

Uma pesquisa divulgada pela rede NBC no fim de semana mostrou que 70% dos americanos – incluindo 51% dos democratas – consideravam que Biden não deveria ser candidato.

Partido unificado

Diante dos questionamentos, Biden gosta de responder “olhem para mim”. Esta é uma maneira de dizer que os eleitores devem se concentrar em suas vitórias políticas domésticas e na construção de uma aliança ocidental sem precedentes para ajudar a Ucrânia diante de uma invasão russa.

Nos próximos 18 meses, Biden terá a vantagem de estar no poder, com seu partido unificado, enquanto os republicanos mal começaram o complexo processo das primárias.

A data de 25 de abril não foi escolhida por acaso para o anúncio da candidatura. Corresponde ao quarto aniversário do início da campanha que resultou em sua vitória sobre Trump.

O empresário de 76 anos também é candidato à indicação republicana para a eleição presidencial de 2024 e tem grandes chances de conquistar a candidatura, apesar de estar sendo processado por um tribunal de Nova York e de ser alvo de várias investigações judiciais.

Na segunda-feira, Trump foi rápido em lançar críticas ao homem que descarrilou sua própria ambição de concorrer à Casa Branca novamente.

“Com uma presidência tão calamitosa e fracassada, é quase inconcebível que Biden sequer pense em concorrer à reeleição”, disse ele em comunicado.

Joe Biden sabe que, de acordo com as pesquisas – que devem ser interpretadas com cautela -, a candidatura de Trump não provoca entusiasmo. E a candidatura do democrata tampouco.

Mas Biden está convencido de que, se conseguiu derrotar Trump uma vez, pode repetir a vitória graças a sua personalidade afável e seu programa de governo unificador.

Resta uma grande dúvida: quais seriam suas chances caso enfrentasse um rival mais jovem em novembro de 2024, como o governador do estado da Flórida (sudeste), Ron DeSantis, de 44 anos?

Essa estrela em ascensão da direita americana mais conservadora ainda não apresentou sua candidatura, mas acredita ter chances de derrotar o democrata.

“Tenho o que é preciso para ser presidente e posso derrotar Biden”, declarou em março.

Menos conhecida é a republicana Nikki Haley – ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU designada por Trump – que já está em campanha e defende o surgimento de uma “nova geração” política.

Halley pede, entre outras coisas, testes de capacidade intelectual para todos os líderes políticos com mais de 75 anos.

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