Mundo

Aviões da Venezuela sobrevoaram navio dos EUA em ‘movimento provocador’, diz Pentágono

O episódio amplia as tensões entre os países governados por Trump e Maduro

Aviões da Venezuela sobrevoaram navio dos EUA em ‘movimento provocador’, diz Pentágono
Aviões da Venezuela sobrevoaram navio dos EUA em ‘movimento provocador’, diz Pentágono
Foto de arquivo dos caças de ataque multifuncionais Sukhoi Su-30MKV da Força Aérea Venezuelana. Os aviões de fabricação russa são os mesmos que os EUA alegam que sobrevoaram seus navios em 'movimento provocador'. Foto: Federico PARRA / AFP
Apoie Siga-nos no

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirmou que dois aviões militares venezuelanos voaram perto de um navio da Marinha americana em águas internacionais nesta quinta-feira 4, dias depois de um ataque americano contra um barco que supostamente transportava drogas e havia zarpado da Venezuela.

Em uma publicação na rede social X, o Pentágono classificou o movimento dos aviões como “altamente provocador” e advertiu Caracas contra uma escalada adicional.

“O cartel que controla a Venezuela é fortemente aconselhado a não prosseguir com qualquer esforço adicional para obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao tráfico de drogas e contraterrorismo realizadas pelos militares dos Estados Unidos”, escreveu o Pentágono.

Washington posicionou navios de guerra da Marinha no sul do Caribe em um momento de aumento das tensões entre o presidente americano Donald Trump e o líder venezuelano Nicolás Maduro, acusado pelo primeiro de chefiar cartéis de drogas.

Na terça-feira, forças americanas explodiram um barco que supostamente transportava drogas no mar do Caribe, matando 11 pessoas. Segundo Trump, o barco pertencia a uma organização criminosa ligada a Maduro.

Caracas, por sua vez, acusou Washington de cometer execuções extrajudiciais no ataque, ao afirmar que “assassinaram 11 pessoas sem o devido processo legal”.

O ataque, cujos detalhes não puderam ser verificados de forma independente pela AFP, marca uma escalada dramática por parte dos Estados Unidos, que há décadas conta com operações policiais de rotina, em vez de força letal, para apreender drogas.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, em visita à América Latina, defendeu a nova abordagem agressiva dos Estados Unidos e disse contar com o apoio de governos aliados na região que devem cooperara com seu país na eliminação de supostos narcotraficantes.

“Agora, eles vão nos ajudar a encontrar estas pessoas e explodi-las se for necessário”, disse Rubio em uma entrevista coletiva conjunta com a chanceler equatoriana Gabriela Sommerfeld na quinta-feira em Quito.

Em declarações na quarta-feira no México, Rubio afirmou que a única coisa que vai deter os cartéis de narcotráfico é a eliminação física, porque eles já assumiram que perder mercadoria faz parte do negócio, e isso não os impede de prosseguir com o tráfico.

Rubio enfatizou que o presidente Donald Trump designou as gangues venezuelanas, como o ‘Tren de Aragua’ e o ‘Cartel de los Soles’, como “organizações narcoterroristas” e advertiu que “se você está em um barco cheio de cocaína ou fentanil direcionado aos Estados Unidos, você é uma ameaça imediata para os Estados Unidos“.

Maduro, por sua vez, respondeu ao ataque mobilizando o Exército da Venezuela, que tem quase 340 mil integrantes, e reservistas, que segundo ele superam oito milhões de pessoas. O presidente venezuelano denunciou o que chama de “maior ameaça que nosso continente viu nos últimos 100 anos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo