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Ativistas afegãs denunciam que talibãs continuam sendo autoridade ilegítima

O Talibã – que tomou o poder em agosto – tentou fazer esta reunião como um voto de confiança em sua interpretação da lei religiosa e seu papel no Estado

Situação das mulheres no Afeganistão gera preocupação após domínio do Talibã. Foto: Aref Karimi/AFP
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Os talibãs continuam sendo uma autoridade ilegítima, apesar da declaração feita por milhares de clérigos em apoio ao seu governo, denunciaram ativistas afegãs neste domingo (3).

No sábado, várias autoridades religiosas de alto escalão declararam apoio aos talibãs, após uma reunião de três dias em Cabul.

Alguns temas delicados, como o direito das adolescentes à educação, não foram abordados no encontro e não houve presença feminina, já que o grupo radical islâmico afirmou que sua voz seria representada por seus guardiões masculinos.

“Declarações emitidas prometendo fidelidade ao talibãs neste evento ou em qualquer tipo de reunião sem a presença de metade da população do país, mulheres, não são aceitáveis”, disse Hoda Khamosh, ativista de direitos humanos que atualmente está em exílio na Noruega.

“Esta reunião (…) não tem legitimidade, validade e não tem a aprovação do povo”, acrescentou.

Desde que voltou ao poder em agosto, o Talibã impôs duras restrições aos direitos das mulheres, proibindo que completem o ensino médio, impedindo o acesso ao trabalho remunerado para o governo e impondo o uso de véus faciais completos.

Em Cabul, um coletivo de mulheres também criticou a decisão dos clérigos, chamando-a de pouco representativa.

“Os ulemás são apenas uma parte da sociedade, não o todo”, disse  à AFP a organizadora Ainoor Uzbik após uma coletiva de imprensa.

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