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Ataque contra shopping na Ucrânia deixa 13 mortos e mais de 40 feridos

Novos bombardeios em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, também deixaram quatro mortos e 19 feridos, segundo o governo local

Shopping em Kremenchuck, no centro da Ucrânia, palco de um novo ataque russo nesta segunda-feira 27. Foto: AFP PHOTO / Ukraine's State Emergency Service
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Pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas nesta segunda-feira (27) em um ataque com mísseis russos que incendiou um shopping em Kremenchuck, no centro da Ucrânia.

“Treze pessoas morreram no bombardeio de Kremenchuk. É muito cedo para falar o número final de mortos”, disse Dmytro Lunin, governador da região de Poltava, onde se encontra a cidade que antes da guerra tinha 220.000 habitantes.

“Os ocupantes dispararam um míssil contra um shopping onde havia mais de mil civis. O shopping está em chamas e as equipes de resgate combatem o fogo. O número de vítimas é impossível de imaginar”, escreveu mais cedo, no Facebook, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Ele acompanhou sua mensagem com um vídeo que mostra o centro comercial pegando fogo, com grandes colunas de fumaça e caminhões dos bombeiros.

Segundo a Força Aérea da Ucrânia, o shopping foi atacado com mísseis Kh-22 disparados a partir de bombardeiros de longo alcance Tu-22 da região russa de Kursk.

“O tiro de míssil em Kremenchuk atingiu um local muito movimentado sem qualquer relação com as hostilidades”, denunciou no Facebook Vitali Maletsky, prefeito desta cidade que tinha 220.000 habitantes antes da guerra.

“Há mortos e feridos. Mais detalhes chegarão”, acrescentou.

O governador regional, Dmytro Lunin, denunciou um “crime de guerra” e um “crime contra a humanidade”, bem como um “ate de terror não dissimulado e cínico contra a população civil”.

Ataques em Kharkiv

Por outro lado, novos bombardeios russos contra Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, deixaram nesta segunda-feira (27) quatro mortos e 19 feridos, entre eles quatro crianças, segundo o governador local Oleg Sinegubov.

“O inimigo aterroriza deliberadamente a população civil”, escreveu no Telegram.

Na Alemanha, os líderes do G7 se comprometeram nesta segunda-feira a apoiar a Ucrânia “o tempo que for preciso” e prometeram mais sanções contra a Rússia.

O G7 seguirá “dando apoio financeiro, humanitário, militar e diplomático” à Ucrânia “o tempo que for preciso”, segundo uma declaração conjunta publicada na cúpula que acontece no Castelo de Elmau em Baviera.

Falando por videoconferência na reunião, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu “fazer todo o possível” para acabar com a guerra antes do final do ano e evitar “a dureza do inverno ucraniano” que torna os combates mais difíceis.

Zelensky, que participará também da cúpula da Otan em Madri na terça-feira, pediu aos líderes das sete potências democráticas mais ricas do planeta (Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão e Canadá) que “intensifiquem as sanções” contra a Rússia.

Ajudar a Ucrânia

O G7 também quer “coordenar o uso de tarifas alfandegárias sobre produtos russos para ajudar a Ucrânia”, começando com tarifas mais altas, disseram seus líderes.

“Continuaremos aumentando a pressão sobre Putin. Esta guerra deve acabar”, tuitou o chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz.

Os líderes do G7 também expressaram sua “profunda preocupação” após o anúncio de que a Rússia poderia transferir mísseis com capacidade nuclear a Belarus.

Na vanguarda do apoio à Ucrânia, os Estados Unidos contemplam fornecer à Ucrânia um sofisticado sistema de mísseis terra-ar, indicou nesta segunda-feira uma fonte que classificou essa iniciativa como “prioridade” para o presidente Joe Biden.

Otan se reforça

A cúpula do G7 será acompanhada por uma reunião da Otan em Madri, que estará voltada para a situação na Ucrânia.

Nesta segunda-feira, a Aliança Atlântica anunciou que aumentará suas tropas em situação de alta disponibilidade para “mais de 300.000 combatentes” (em comparação com os 40.000 atuais) e que enviará mais armamento pesado a seu flanco leste.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que essas medidas “constituem a maior revisão da nossa defesa e presença coletiva desde a Guerra Fria“.

Por outro lado, à medida que a guerra se prolonga, seu impacto em outros países se intensifica, com o aumento dos preços dos alimentos e a energia que impulsiona a inflação mundial e reacende os temores de recessão.

Fazemos um apelo urgente à Rússia para que pare, sem nenhuma condição, seus ataques à infraestrutura de agricultura e de transporte, e que permita o livre trânsito de envios agrícolas desde portos ucranianos no mar Negro”, afirmaram os líderes do G7 na declaração conjunta.

Com milhões de toneladas de grãos bloqueadas nos portos ucranianos, cresce a preocupação de que as nações africanas altamente dependentes das exportações da Ucrânia possam enfrentar a fome.

Argentina, Indonésia, Índia, Senegal e África do Sul foram convidados a se unir à cúpula do G7 a partir de segunda-feira.

Vladimir Putin, por sua vez, fará sua primeira viagem ao exterior desde o início da ofensiva contra a Ucrânia ao Tadjiquistão (na terça) e ao Turcomenistão (na quarta) para comparecer a uma cúpula dos países do mar Cáspio.

 

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