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As provocações de Biden a Trump no 3º aniversário do ataque ao Capitólio

No início do ano eleitoral, a disputa retórica entre os favoritos à Casa Branca se acirra

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Foto: Christian Monterrosa/AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, publicou neste sábado 6 no X um vídeo em que o ex-presidente Donald Trump minimiza o 6 de Janeiro de 2021, dia em que extremistas de direita invadiram o Capitólio, sede do Congresso norte-americano, a fim de tentar impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata.

“Pessoas naquela multidão disseram que aquele era o dia mais bonito que já tinham vivido. Havia amor naquela multidão. Havia amor e unidade”, diz Trump na gravação compartilhada por Biden.

O presidente tem endurecido as críticas a Trump, uma vez que se aproxima o início do calendário eleitoral de 2024 – a votação para a Casa Branca está marcada para 5 de novembro.

Também neste sábado, Biden publicou outras mensagens contra o adversário nas redes sociais. “Trump disse que houve ‘muito amor’ no 6 de Janeiro. Mas o resto da nação – incluindo as autoridades policiais – assistiu a muito ódio e violência”, escreveu em uma delas.

“Mais de 1.200 pessoas foram acusadas pelo ataque ao Capitólio. Coletivamente, até o momento, eles foram condenados a mais de 840 anos de prisão. E o que Trump fez? Ele chamou os insurgentes de ‘patriotas’ e prometeu perdoá-los se voltasse ao cargo”, ironizou o democrata em outra postagem.

Embates se intensificam

Na sexta-feira 5, Biden acusou Trump de utilizar a linguagem da Alemanha nazista e de representar uma ameaça à democracia, durante um comício com o qual espera impulsionar sua campanha à reeleição.

Trump, o favorito à indicação republicana para a eleição presidencial, afirmou em diversos comícios que os migrantes que entram ilegalmente “estão envenenando o sangue” do país, o que lhe rendeu comparações com Adolf Hitler e o fascismo.

“Ele fala do sangue dos americanos que está envenenado, ecoando exatamente a mesma linguagem usada na Alemanha nazista”, afirmou Biden na Pensilvânia.

O presidente escolheu um local simbólico para seu discurso: perto de Valley Forge, onde George Washington reagrupou as forças americanas durante a guerra de independência, há quase 250 anos.

Lá, Biden afirmou que Trump não conseguiu evitar o ataque de uma multidão ao Capitólio em 2021 e acusou o magnata e seus apoiadores de continuarem a abraçar a “violência política”.

Trump foi absolvido em dois julgamentos políticos por seu suposto papel no ataque ao Capitólio. O assunto é polêmico nos Estados Unidos: um quarto dos americanos acredita, sem provas, que o FBI estava por trás da insurreição, segundo uma pesquisa do Washington Post e da Universidade de Maryland publicada nesta semana.

Respostas

Trump dobrou a aposta na ofensiva. Em um comício pouco depois em Iowa, chamou o presidente de “Joe, o Canalha”.

“O histórico de Biden é uma sequência ininterrupta de fraqueza, incompetência, corrupção e fracasso”, disparou. “Por isso, Joe, o Canalha, organizou hoje um ato de campanha patético, infundindo medo na Pensilvânia.”

Ele reiterou que, se vencer a eleição, aplicará uma política migratória rigorosa.

“Vou interromper a invasão em nossa fronteira sul e vou começar a maior operação de deportação interna na história dos Estados Unidos”, afirmou, sem levar em conta as acusações criminais que pesam contra ele por tentar alterar os resultados das eleições de 2020.

Na sexta-feira, a Suprema Corte concordou em analisar se Trump pode ser excluído das primárias antes das eleições de novembro, depois de o estado do Colorado ter decidido vetá-lo.

Em dezembro, a Suprema Corte do Colorado proibiu o ex-presidente de aparecer nas cédulas das primárias republicanas no estado, devido ao seu suposto papel no motim de 6 de Janeiro de 2021.

(Com informações da AFP)

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