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Argentina: Ato de campanha de Patricia Bullrich tem momentos de tensão e gritos de ‘assassina’

‘Não há mais lugar onde não se possa pisar. Este bairro é de todos os argentinos’, afirmou a candidata em Chaco

Argentina: Ato de campanha de Patricia Bullrich tem momentos de tensão e gritos de ‘assassina’
Argentina: Ato de campanha de Patricia Bullrich tem momentos de tensão e gritos de ‘assassina’
Patricia Bullrich, candidata à Presidência da Argentina. Foto: Luis Robayo/AFP
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A candidata do Juntos por el Cambio à Presidência da Argentina, Patricia Bullrich, se envolveu em uma confusão com moradoras do bairro Emerenciano Sena, na província de Chaco, nesta segunda-feira 18. Bullrich é aliada do ex-presidente neoliberal Mauricio Macri e representante da direita “tradicional” no país.

“Assassina. Você não tem nada para fazer aqui, não venha provocar as pessoas”, disseram lideranças locais. “Não há mais lugar onde não se possa pisar. Este bairro é de todos os argentinos”, respondeu a ex-ministra da Segurança.

O episódio ocorreu no bairro que leva o nome de uma liderança detida pelo feminicídio de Cecília Strzyzowski.

No domingo 17, o JxC celebrou a vitória de Leandro Zdero na eleição para governador de Chaco e aplicou um duro baque ao peronismo, representado pelo candidato à reeleição Jorge Capitanich. Bullrich, que esteve com Zdero na noite do triunfo, concederia uma entrevista coletiva na manhã desta segunda. Antes, porém, decidiu passar pelo bairro para tirar fotos a serem usadas em sua campanha.

Em uma das ruas do bairro, um grupo de lideranças apareceu para contestar a ex-ministra. “Olá, bom dia. Senhora, com todo o respeito, até aqui. Não vá além”, disseram. “Sou livre para andar pelo meu país como quiser. Você não é dona do bairro”, respondeu Bullrich.

Ante a afirmação de Bullrich de que as mulheres queriam ser “donas da Argentina”, uma delas respondeu: “Não, queremos ser donos do nosso bairro. Não venha provocar os trabalhadores”.

“Não estou aqui para provocar, estou aqui para tirar uma foto”, prosseguiu Bullrich. “Tire com aqueles que votaram em você, não conosco. Vá embora daqui, assassina”, devolveu uma das mulheres.

Pouco depois, Patricia Bullrich e sua equipe entraram nos veículos da campanha e deixaram o local.

Cenário eleitoral

O ultradireitista Javier Milei continua a liderar a corrida à Presidência da Argentina, segundo uma pesquisa do instituto Opina Argentina divulgada pelo jornal Clarín no domingo 17. O levantamento no entanto, foi conduzido na primeira semana deste mês. O primeiro turno está marcado para 22 de outubro.

A persistir a tendência, haverá um segundo turno na disputa pela Casa Rosada, entre Milei e o ministro da Economia, Sergio Massa, representante do peronismo. Confira os resultados da pesquisa:

  • Javier Milei (La Libertad Avanza): 34%
  • Sergio Massa (Unión por la Patria): 29%
  • Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio): 25%.

Nas eleições primárias, realizadas em 13 de agosto para definir os candidatos à Presidência, Milei foi o mais votado, com 29,9%. Juntos por el Cambio somou 28%, enquanto Unión por la Patria conquistou 27,3%.

O Opina Argentina entrevistou 2.073 pessoas por telefone e 286 presencialmente.

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