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Argentina: Alberto Fernández empossa ministros após reforma e pede ‘união’
‘Peço a todos que usem todas as suas forças’, disse o presidente argentino em uma tentativa de colocar fim à crise política


O presidente da Argentina, Alberto Fernández, nomeou nesta segunda-feira 20 seus novos ministros para “relançar” o governo antes das eleições legislativas de novembro e salvar sua coalizão.
Em cerimônia na Casa Rosada, sede do governo, Juan Manzur, até então governador da província de Tucumán, assumiu como chefe de gabinete, substituindo Santiago Cafiero, que é questionado publicamente pela vice-presidenta, Cristina Kirchner.
Cafiero, que virou uma espécie de pomo de discórdia, foi nomeado chanceler, no lugar de Felipe Solá. Tomaram posse também os novos ministros da Agricultura, Julián Domínguez; da Segurança, Aníbal Fernández; da Educação, Jaime Perczyk; e de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus.
O resultado adverso obtido pelo governo nas primárias legislativas de 12 de setembro desencadeou uma crise interna sem precedentes na coalizão Frente de Todos, que conseguiu apenas 31% dos votos.
“Estamos passando o tempo da pandemia. Peço a cada um e a todos que usem todas as suas forças. A solução é que estejamos mais unidos do que nunca para enfrentar o que for necessário. Não vão me ver preso em disputas desnecessárias, disputas internas”, declarou o presidente em um breve discurso antes de fazer os juramentos, para dar fim à crise.
A derrota nas primárias expôs divergências políticas entre Fernández e Kirchner, sua companheira de chapa que impulsionou sua candidatura à Presidência em 2019.
Em carta dirigida ao presidente que veio à público na quinta-feira passada, depois de ministros próximos a ela apresentarem suas renúncias, Cristina assegurou ter alertado várias vezes sobre a possibilidade de uma derrota devido à “delicada situação social” e por “uma política fiscal de ajuste equivocada”.
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