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Após acordo em Gaza, Trump diz que está pronto para negociar paz com o Irã

O presidente dos EUA discursou em Israel após o início do cessar-fogo e da libertação de reféns pelo Hamas

Após acordo em Gaza, Trump diz que está pronto para negociar paz com o Irã
Após acordo em Gaza, Trump diz que está pronto para negociar paz com o Irã
Donald Trump discursa no Parlamento de Israel. Foto: Evan Vucci / POOL / AFP
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira 13 que deseja chegar a um acordo de paz com o Irã. A declaração foi dada em um discurso proferido pelo norte-americano no Parlamento de Israel.

No pronunciamento, Trump abordou os ataques conjuntos dos EUA e de Israel às principais instalações nucleares da República Islâmica no início deste ano. O conflito resultou na morte de quase mil pessoas e culminou na destruição das principais instalações nucleares do país.

“Eles sofreram um grande golpe, não é?”, questionou. “Sabem de uma coisa? Seria ótimo se pudéssemos chegar a um acordo de paz com eles”, destacou, em seguida, aos parlamentares israelenses.

“Seria ótimo, eu acho. Porque acho que eles querem”, insistiu Trump, mais adiante. Por fim, o presidente dos EUA disse que seu país ‘está pronto’ para a negociação, assim que os iranianos quiserem iniciar a conversa.

A posição do Irã

Teerã ainda não teceu comentários sobre as declaração de Trump desta segunda-feira, mas, ao longo dos últimos meses, tem rejeitado iniciar conversas diretas com os EUA após os ataques de junho.

“Aqueles que dizem ‘por que vocês não negociam diretamente com os Estados Unidos para resolver seus problemas?’ estão apenas enxergando a superfície. Nossos problemas são insolúveis. Os norte-americanos querem que o Irã esteja sob seu comando”, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, em agosto deste ano.

Guerra em Gaza

As declarações de Trump ocorrem na esteira do acordo entre Israel e Hamas para o fim da guerra em Gaza, intermediado pelos EUA. A primeira parte do tratado, que envolve um cessar-fogo e a troca de reféns por prisioneiros, foi iniciada nesta segunda-feira.

Ao chegar em Israel para participar de atos sobre o acordo na região, Trump foi enfático ao dizer que, na sua visão, a guerra acabou. No Parlamento israelense, voltou a proferir discurso semelhante. “Há anos muitas famílias desta terra não têm um único dia de paz verdadeira. [Mas] O longo e doloroso pesadelo finalmente terminou”, disse o norte-americano.

O presidente dos EUA também chamou o tratado de cessar-fogo na região de um “”triunfo incrível para Israel e o mundo”.

“Não é apenas o fim de uma guerra, [é] o amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no entanto, foi menos enfático ao tratar do acordo. O político disse que Israel havia alcançado “enormes vitórias” na guerra contra o Hamas em Gaza, mas alertou que “a luta não acabou”.

20 reféns libertados

Os últimos 20 reféns vivos mantidos pelo Hamas retornaram a Israel nesta segunda-feira 13, após mais de dois anos de cativeiro na Faixa de Gaza. Em troca, Israel deve liberar cerca de 2 mil palestinos da prisão.

67.869 mortos

Também nesta segunda-feira, as autoridades de Gaza divulgaram um novo balanço de mortos na guerra no enclave. Segundo o governo local, 67.869 pessoas perderam a vida durante os ataques de Israel contra Gaza. A maior parte das vítimas são civis, crianças e mulheres.

Cúpula sobre Gaza

Depois de Israel, Trump viajará para Sharm el-Sheikh para copresidir uma cúpula sobre Gaza com seu homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, que contará com as presenças de líderes de cerca de 20 países e do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

Nem Netanyahu nem o Hamas estarão presentes. O presidente palestino, Mahmud Abbas, participará da reunião.

Os países que mediaram o acordo de trégua devem assinar, na cúpula, um documento para garantir sua implementação, disse uma fonte diplomática à agência de notícia AFP. Segundo a fonte, o acordo seria assinado pelos mediadores “Estados Unidos, Egito, Catar e provavelmente a Turquia”.

Após a retirada gradual do Exército israelense, que controla 53% da Faixa, o plano dos Estados Unidos prevê uma fase posterior na qual o Hamas será excluído da administração de Gaza, a qual governa desde 2007, e seu arsenal será destruído.

O plano estabelece que o governo será confiado a “um comitê palestino tecnocrático e apolítico” sob “a supervisão e o controle de um novo órgão internacional de transição” liderado por Trump.

(com informações de AFP)

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