Duas conferências em duas cidades europeias. Duas tentativas de proibição, uma com êxito. Duas reações diferentes dos políticos e da mídia. Tudo isso nos diz algo sobre o estado atual da liberdade de expressão. Na terça-feira 16, Emir Kir, presidente da Câmara de Bruxelas, na Bélgica, gerou manchetes internacionais quando tentou proibir uma conferência conservadora na cidade, a NatCon. A tentativa falhou, foi denunciada como “inaceitável” pelo primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, e considerada ilegal pelo mais alto tribunal administrativo.
Cinco dias antes, com muito menos comentários ou condenações, a polícia de Berlim encerrou à força uma conferência sobre a Palestina. Ghassan Abu-Sittah, reitor da Universidade de Glasgow e cirurgião reconstrutivo que deveria falar sobre suas experiências nos hospitais de Gaza, foi proibido de entrar na Alemanha. O ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis, agora secretário-geral do movimento de esquerda DiEM25, foi alvo de um betätigungsverbot, proibição de qualquer atividade política, incluindo a participação por vídeo de outro país.
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