Mundo
Ações da Tesla caem em Wall Street após lançamento do partido de Musk
A fabricante de veículos elétricos já amargava resultados ruins em vendas nos últimos meses


As ações da fabricante de veículos elétricos Tesla abriram em baixa na bolsa de Nova York nesta segunda-feira 7, em queda de cerca de 8%, depois que Elon Musk anunciou, no fim de semana, a criação de seu próprio partido político.
Por volta das 13h50 (10h50 de Brasília), os papéis do grupo operavam em baixa de 7,71%, a 290,89 dólares (1.573,24 reais, na cotação atual), ficando abaixo de um trilhão de dólares (5,4 trilhões de reais) de capitalização na bolsa.
“O fato de Musk se envolver mais na política (…) é exatamente a direção contrária que os investidores e acionistas da Tesla querem que ele siga”, explicou Daniel Ives, da Wedbush, em um comunicado.
Musk se opôs fortemente ao projeto de lei orçamentária do presidente americano, Donald Trump, a quem criticou por seu impacto nas finanças públicas.
Na última sexta-feira 4, Dia da Independência dos Estados Unidos e feriado bancário no país, quando foi promulgada com pompa a norma que Trump chama de “grande e bela lei”, Musk lançou uma consulta em sua rede social, X, sobre a criação de um novo partido, o qual denominou de Partido da América.
O bilionário perguntou aos usuários se “queriam se tornar independentes do sistema bipartidário (alguns diriam unipartidário)”, que dominou a política americana durante quase dois séculos, entre os partidos Republicano e Democrata.
A pesquisa, na qual era possível responder com um “sim” ou um “não”, obteve mais de 1,2 milhão de respostas.
“É uma proporção de dois para um, disseram que sim a um novo partido político, e vão tê-lo!”, escreveu Musk no sábado.
Ex-aliado de Trump, cuja campanha presidencial em 2024 financiou robustamente, Musk tinha recebido a incumbência de liderar os esforços do novo Executivo para cortar gastos e reduzir o aparato federal no chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).
Desde seu máximo alcançado em dezembro, a cotação das ações da Tesla caiu quase 40%.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Vendas globais da Tesla caem 13,5% no segundo trimestre
Por AFP
Entenda as mudanças na tributação de veículos elétricos e híbridos importados
Por CartaCapital
Elétricos em alta
Por Adalberto Viviani
Após romper com Trump, Musk lança partido próprio nos EUA
Por Deutsche Welle