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A mensagem que o chanceler brasileiro leva ao Egito sobre o conflito na Faixa de Gaza

Participam da reunião, além de Brasil e Egito, representantes de Jordânia, Catar e Turquia, além de outros países do Oriente Médio e da Europa

Mauro Vieira. Imagem: Gustavo Magalhães/MRE
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, representou o Brasil na cúpula convocada pelo Egito para discutir a crise humanitária na Faixa de Gaza, agravada pelo conflito entre Israel e o Hamas. O encontro ocorre neste sábado 21.

“O governo brasileiro rejeita e condena os ataques terroristas do Hamas em Israel, assim como a tomada de reféns civis”, afirmou o chanceler, no início de seu pronunciamento. Ao mesmo tempo, disse Vieira, “assistimos à deterioração da situação humanitária na região, especialmente a escassez de medicamentos, alimentos, água, eletricidade e combustível”.

“Israel, como a força de ocupação, tem responsabilidades específicas sob o direito humanitário internacional.”

Segundo o ministro, “a expansão de assentamentos israelenses em territórios ocupados, a violência contra civis, a destruição de infraestrutura básica e as violações do status quo histórico de locais sagrados em Jerusalém combinam para gerar um ambiente que põe em risco a solução de dois Estados e provoca ódio, violência e extremismo”.

“Enquanto sempre haverá aqueles dispostos a jogar lenha na fogueira, o Brasil clama por diálogo. A destruição de infraestrutura civil é inaceitável”, prosseguiu. “Testemunhamos desalentados o bombardeio do Hospital Al Ahly Arab. Todas as partes devem proteger os civis e respeitar o direito humanitário internacional.”

Mauro Vieira instou a comunidade internacional a “empreender o máximo esforço diplomático para garantir o estabelecimento rápido de corredores humanitários e um cessar-fogo imediato”.

“Como diz o presidente Lula, a atual crise requer urgente ação humanitária multilateral para encerrrar o sofrimento de civis.”

Antes da agenda, o chanceler disse que a diplomacia brasileira levaria à cúpula a seguinte mensagem:

“Não é possível mais que continue com uma carência absoluta de todos os víveres, de todos os bens de primeira necessidade, até de água. Precisamos discutir essa questão antes que a situação se transforme em um problema humanitário de maior volume ainda. A expectativa é que se crie uma consciência de que é chegado o momento de pôr um ponto final a esse derramamento de sangue e a essa guerra que, no fundo, afeta todo mundo”.

Participam da reunião, além de Brasil e Egito, representantes de Jordânia, Catar e Turquia, além de outros países do Oriente Médio e da Europa.

“Eu venho ao Cairo por instrução do presidente Lula para representá-lo nesta importante conferência que está sendo promovida pelo governo egípcio para se discutir a questão da guerra no Oriente Médio e, sobretudo, para trazer a mesma mensagem que nós apresentamos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York, que é chegar no momento de se tomar medidas de ajuda humanitária para aliviar o sofrimento do povo de Gaza”, acrescentou Vieira.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, reforçou neste sábado que o “repreensível ataque” executado pel Hamas contra Israel em 7 de outubro “nunca poderá justificar a punição coletiva do povo palestino”. O português também participa da cúpula no Egito.

Neste sábado, vinte caminhões com ajuda humanitária atravessaram a Faixa de Gaza, na primeira vez que a fronteira de Rafah com o Egito foi aberta desde o início da nova guerra entre Israel e o Hamas, há duas semanas.

Logo após a passagem, a fronteira foi fechada novamente. Esse é o único ponto de entrada em Gaza não controlado pelo governo israelense.

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