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A justificativa de Trump para manter documentos sigilosos em sua mansão

O ex-presidente irá ao tribunal nesta terça-feira para apresentar a versão, antecipada por sua advogada, Alina Habba

Crédito: Mandel Ngan/AFP
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A advogada de Donald Trump revelou neste domingo (11) a estratégia de defesa do ex-presidente dos Estados Unidos acusado de má gestão de documentos confidenciais. Ela afirmou que ele tinha o direito de possuir arquivos “desclassificados” – ou seja, com sigilo retirado – como lembranças pessoais de seu mandato e que as acusações tinham motivações políticas.

“Ele tem todo o direito de possuir documentos confidenciais que foram desclassificados”, disse uma de suas advogadas, Alina Habba, ao programa Fox News Sunday da emissora Fox News, dois dias antes de Trump comparecer a um tribunal federal em Miami (sudeste).

Trump, que está buscando sua candidatura no Partido Republicano para disputar as eleições presidenciais de 2024, enfrentará na terça-feira 37 acusações, incluindo violações da lei de espionagem, declarações falsas e conspiração por má gestão de material confidencial, em sua mais recente aparição na Justiça por problemas legais.

Para Habba, toda essa trama judicial tem uma “motivação totalmente política”. “É uma clara interferência eleitoral”, disse, referindo-se a supostos obstáculos à candidatura de Trump.

Habba também descreveu a oposição do republicano aos agentes federais revistarem suas caixas durante uma busca em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, destacando sua frustração por os funcionários terem revistado seus pertences pessoais.

“Ele tem todo o direito de possuir documentos classificados que ele mesmo desclassificou… Coisas que são lembranças, coisas que ele tem o direito de levar”, declarou.

“A capacidade do presidente de classificar e controlar o acesso a informações de segurança nacional decorre da Constituição”, alegou o presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, Jim Jordan, um aliado próximo, à CNN. Em sua opinião, ele pode colocar esse material “onde quiser, (…) tratá-lo como quiser”.

No entanto, o procurador-geral dos Estados Unidos durante o último ano da presidência de Trump (2017-2021), Bill Barr, disse que seu ex-chefe enfrenta “acusações sólidas” apresentadas pelo Departamento de Justiça e que não é vítima de uma caça às bruxas, como insiste o magnata.

“A ideia de que o presidente tem autoridade total para declarar qualquer documento como pessoal é… Ridícula”, afirmou Barr à Fox.

Após sua audiência em Miami, Trump fará uma declaração na terça-feira à noite a cerca de 2.000 quilômetros de distância do tribunal, em um de seus campos de golfe em Nova Jersey (leste), às 20h15 (21h15), informou sua equipe de campanha neste domingo.

As acusações contra Trump, apresentadas pelo procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, podem levar a até 20 anos de prisão cada uma.

(Com informações de AFP)

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