O ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin pediu à Justiça que o homem que o ameaçou em um aeroporto em Brasília seja obrigado a gravar um vídeo com um pedido de desculpas. O caso aconteceu em janeiro do ano passado, quando Zanin trabalhava como advogado do presidente Lula (PT).
A 6ª Vara Criminal de Brasília tornou réu Luiz Carlos Bassetto pelo crime de injúria. A defesa, no entanto, afirmou no processo que ele “retira tudo que tenha dito, de forma a declarar publicamente e perante este Ilustrado Juízo que o querelante não faz jus às ofensas perpetradas”.
Um dos argumentos dos advogados para evitar o julgamento por difamação é que o episódio aconteceu “dias após os famigerados acontecimentos de 8 de Janeiro, troca de governo e fortes discussões ideológicas e políticas”.
Para a defesa do ministro, representada por Alberto Toron, o Judiciário só deve encerrar o processo de difamação caso o agressor se retrate de maneira “irrestrita”.
“Assim, como o agressor gravou em vídeo as ofensas e as disseminou nas redes, ele deve fazer a retratação por meio de vídeo, explicando por que se retrata e no que errou concretamente —não basta mera retratação abstrata como a veiculada na resposta à acusação, data venia—, para que seja igualmente veiculado nos meios de divulgação em massa”, registrou.
Na ocasião, Zanin foi chamado de “bandido”, “safado” e “vagabundo”. Basseto também disse que o então advogado de Lula tinha de “tomar um pau de todo mundo que está andando na rua”.
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