Justiça

‘Vivo aterrorizada com a censura dos últimos tempos no Brasil’, diz Cármen Lúcia

A Corte julga a responsabilização de plataformas por conteúdos de usuários

‘Vivo aterrorizada com a censura dos últimos tempos no Brasil’, diz Cármen Lúcia
‘Vivo aterrorizada com a censura dos últimos tempos no Brasil’, diz Cármen Lúcia
Ministra Carmen Lúcia. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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A ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia afirmou viver “quase aterrorizada” com a censura no Brasil. A declaração ocorreu no julgamento sobre a responsabilização das redes sociais por conteúdos de usuários, nesta quarta-feira 25.

“Censuram-se livros, publicações dizendo respeito a ganhos de servidores públicos e espetáculos artísticos“, afirmou a magistrada. “Isto é censura, inconstitucional, vedada — se for por ordem judicial, pior ainda.”

A censura, prosseguiu Cármen, persistiu mesmo após o fim da ditadura (1964-85).

“Continua prevalecendo e o tempo todo precisamos ficar atentos para não se restabelecer nenhuma forma de censura, nem prévia nem nenhuma”, advertiu. “A Constituição fala que não é permitida censura. Não diz que é só a prévia.”

A ministra ainda não concluiu a apresentaçaõ de seu voto.

Pouco antes, o ministro Edson Fachin acompanhou o voto divergente de André Mendonça, pela constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Até aqui, o placar é de 7 votos a 2 pela possibilidade de responsabilizar civilmente plataformas digitais por publicações de internautas.

Ainda assim, os ministros precisam construir um entendimento comum, pois há discordâncias quanto aos critérios e aos limites dessa responsabilização.

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