Vaza Jato: ‘Será impensável derrotar Lula’, disse procurador; força-tarefa tinha ‘apreço pelo sofrimento’ de petistas

'Mas ver os vermes estrebuchando é interessante', disse um dos procuradores do MPF em grupo no Telegram

Foto: Kássio Geovanne

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A defesa do ex-presidente Lula protocolou no Supremo Tribunal Federal, nesta segunda-feira 29, uma nova leva de mensagens trocadas entre os procuradores da Lava Jato e obtidas pela Operação Spoofing. Nela, os procuradores admitem a dificuldade que os adversários do PT teriam nas eleições presidenciais de 2018.

Segundo os advogados, os diálogos registrados no aplicativo Telegram reforçam que o “plano Lula” teria sido engendrado a partir da constatação de membros do Ministério Público Federal de que era “impossível” derrotar eleitoralmente o petista.

 

 

Em 28 de junho de 2015, o procurador José Robalinho Cavalcanti escreveu: “Lula eh franco favorito. Já disse. Enquanto não se discutir o meu nordeste será quase impossível derrotar o pt e praticamente impensável derrotar são Lula”.


CartaCapital manteve as abreviações e eventuais erros de digitação presentes nas mensagens originais.

À época, Robalinho ocupava o posto de presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República. Logo em seguida, o procurador Ailton Benedito respondeu: “Mas ver os vermes estrebuchando é interessante”. Ele próprio, minutos depois, emendou: “Por isso aprecio o sofrimento dos eleitores de Lula, sem comiseração”. Benedito ainda escreveu que “afinal, o sofrimento alheio é muito salutar”.

Diante desse diálogo, a defesa de Lula argumentou que é “oportuno registrar, neste passo, que a ANPR, embora seja uma associação de procuradores da República, emitiu diversas notas sobre processos específicos envolvendo o Reclamante — comportando-se naquela época como verdadeira assistente de acusação contra o Reclamante. A direção da época da associação também usou essas notas para atacar os advogados do Reclamante”.

 

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