Valor do STF não pode ser medido por pesquisa, diz Barroso após Datafolha

Pesquisa divulgada no sábado mostrou que reprovação da Corte subiu para 38%

Coletiva de imprensa ministro Roberto Barroso. 29/09/2023 - Ascom/STF

Apoie Siga-nos no

Após a divulgação dos resultados da última pesquisa Datafolha sobre a aprovação das instâncias políticas do Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, ressaltou que “o valor de um tribunal não pode ser aferido em pesquisa de opinião”.

O ministro afirmou que a missão do STF se baseia na salvaguarda e na interpretação do texto constitucional, e que essa defesa pode desagradar “grupos poderosos”.

“Sejam grupos econômicos, seja o governo, sejam ambientalistas, sejam agricultores ou sejam indígenas. O arranjo constitucional brasileiro faz com que cheguem ao judiciário as questões mais divisivas da sociedade brasileira. E nós precisamos decidi-las”, disse o presidente do Supremo em entrevista à CNN.

“São questões que dividem a sociedade, são questões em relação as quais existem desacordos morais razoáveis”, insistiu.

O levantamento feito pelo Datafolha, divulgado no último sábado 9, mostrou que a rejeição ao STF cresceu de 31% para 38% desde o ano passado. Ao mesmo tempo, a aprovação diminuiu de 31% para 27%.

Para o presidente do STF, no entanto, a rejeição é “até modesta” e que não deve causar preocupação.


“Esse não pode ser o critério pelo qual vai se averiguar o valor de um tribunal. Um tribunal precisa fazer a coisa certa”, disse Barroso ao canal de TV.

Para Barroso, a justificativa para alta rejeição parte de um dever constitucional da Corte na proteção das minorias:

“Quando você protege minorias, você frequentemente desagrada às maiorias”, afirmou. “Boa parte desses 38% decorrem da incompreensão. Se as pessoas entendessem [o dever do STF], acho que teríamos uns 90% de aprovação”.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.