Um fio de esperança

Investigação contra um conhecido bicheiro do Rio pode lançar luzes sobre a execução de Marielle Franco

Personagens. Lessa garantia a segurança do bicheiro. A delegada Adriana Belém possuía 1,7 milhão de reais em espécie guardados em casa - Imagem: Redes sociais e Pablo Jacob/Agência O Globo

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Contada em verso e prosa, enaltecida em sambas de enredo e fartamente retratada nas telas do cinema e da tevê, a promíscua relação que une o mundo da contravenção a setores das polícias e a grupos de extermínio no Rio de Janeiro é um problema tão enraizado que hoje é impossível ignorar essa realidade nas análises sociais e políticas do estado. A complexa teia de contatos e interesses entre bandidos, bicheiros, policiais e milicianos cariocas mais uma vez veio à tona, na terça-feira 10, com o início da Operação Calígula do Ministério Público do Rio, a cumprir 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, com o objetivo de desbaratar uma das maiores redes de exploração de jogos de azar do País.

O principal alvo da operação é Rogério Andrade, protagonista de uma sangrenta e duradoura batalha pelo controle das máquinas caça-níqueis no Rio. Com dezenas de mortes nos últimos anos, o conflito teve origem nas fissuras internas ocorridas nas principais famílias que controlam o jogo ilegal no estado após as mortes dos lendários “banqueiros do bicho” Castor de Andrade e Waldomiro Garcia, o Miro. Mas outro nome investigado por sua participação no esquema mostra a capilaridade do crime organizado no Rio e pode ter influência em uma importante investigação que chama atenção de todo o Brasil. Um dos sócios de Andrade, segundo a investigação, é o ex-policial Ronnie Lessa, apontado como o executor da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

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