Justiça

Tribunal do Júri evoca ‘direito de perdoar’ e absolve homem que tentou matar o filho

O pedido de clemência aconteceu porque a vítima não desejava ampliar o sofrimento da avó de 80 anos, mãe do réu

Tribunal do Júri evoca ‘direito de perdoar’ e absolve homem que tentou matar o filho
Tribunal do Júri evoca ‘direito de perdoar’ e absolve homem que tentou matar o filho
Créditos: TJ-RS
Apoie Siga-nos no

O Tribunal do Júri do Rio Grande do Sul absolveu Jani Francisco do Amaral, de 58 anos, acusado de tentar matar o próprio filho, Guilherme Santos do Amaral, de 30. A decisão, tomada em 16 de outubro por 4 votos a 2, ocorreu após um pedido de clemência apresentado pela Defensoria Pública do estado.

A defensora pública Tatiana Boeira sustentou que o réu não deveria ser condenado porque a vítima havia solicitado na véspera do julgamento que o pai fosse perdoado. O pedido aconteceu porque Guilherme não desejava ampliar o sofrimento da avó de 80 anos, mãe do réu.

Nas alegações finais, o Ministério Público gaúcho pediu a condenação de Jani por tentativa de homicídio qualificado, por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

De acordo com a denúncia, o pai atingiu o filho com golpes de facão durante uma discussão em julho de 2017, no bairro Bom Jesus, na capital. Guilherme tinha 22 anos.

No interrogatório, Jani negou ter agido com intenção de matar e afirmou que queria apenas “assustar”, alegando ter usado a parte “de trás” da lâmina. Ele chegou a ficar preso por sete meses.

Durante o julgamento, a vítima foi intimada, mas não compareceu. Em contato com o MP no dia anterior, disse não desejar que o pai fosse condenado. Ato contínuo, a defesa pediu que os jurados considerassem o  “direito de perdoar”, entendimento acolhido pela maioria do colegiado. Na sentença, a magistrada do caso registrou que a decisão ocorreu “acolhendo a tese defensiva de clemência”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo