Justiça

Tribunal demite juíza por usar sentença padrão em 2 mil processos

Segundo a acusação que levou à punição, o objetivo era elevar artificialmente o índice de produtividade

Tribunal demite juíza por usar sentença padrão em 2 mil processos
Tribunal demite juíza por usar sentença padrão em 2 mil processos
A juíza Angélica Chamon Layoun. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Alberto Delgado Neto, assinou a demissão da juíza Angélica Chamon Layoun, acusada de manipular decisões.

A punição aplicada, a mais grave prevista na Lei Orgânica da Magistratura, resultou de um Processo Administrativo Disciplinar. O julgamento pelo Órgão Especial do TJ-RS ocorreu em fevereiro deste ano.

De acordo com o PAD, Layoun usou uma decisão padrão em aproximadamente dois mil processos, a fim de forjar maior produtividade. Ela também teria reaberto casos já julgados a fim de assinar despachos idênticos, caracterizando novos julgamentos — e, mais uma vez, turbinando as estatísticas. Os detalhes do PAD, que tramitou em sigilo, foram revelados pelo jornal O Estado de S.Paulo.

O procedimento interno transitou em julgado — ou seja, esgotaram-se as possibilidades de recurso — em 26 de maio. Em 3 de junho, Delgado Neto assinou a demissão da magistrada, que já estava afastada desde setembro de 2023.

A Lei Orgânica da Magistratura prevê seis níveis de punição disciplinar. Veja a lista, da sanção mais branda à mais grave:

  • advertência
  • censura
  • remoção compulsória
  • disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço;
  • aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço; e
  • demissão.

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