Justiça
TCU recomenda apuração de irregularidades em compra de Viagra pela Marinha
Apenas a força comprou princípio ativo capaz de produzir 3,75 milhões de comprimidos do medicamento


O Tribunal de Contas da União acatou a representação feita pelo deputado federal Elias Vaz (PSB) ao considerar que existem indícios de irregularidades no contrato do Laboratório Farmacêutico da Marinha com a EMS S/A para compra de 11 milhões de comprimidos de Viagra.
Diante dos indícios, o TCU recomendou abertura de procedimento para investigar o caso.
O parlamentar denunciou haver superfaturamento de até 550% na compra dos medicamentos pelas Forças Armadas após realizar uma varredura no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal.
Os comprimidos, que custam em torno de 0,48 centavos para o Ministério da Saúde, foram comprados por valores entre 2,91 e 3,14 reais pela Marinha, gerando um prejuízo à União de cerca de 27 milhões de reais.
O TCU determinou o prazo de 15 dias para que o Laboratório Farmacêutico da força explique o contrato firmado com a EMS S/A para o fornecimento do princípio ativo do viagra, entre 2019 e 2022.
A equipe técnica do órgão pediu para que seja esclarecido “qual o procedimento de contratação utilizado para a aquisição do medicamento, necessariamente abordando todos os eventuais contratos assinados para esse fim, a metodologia utilizada para a precificação do produto e a eventual transferência de tecnologia, bem como o encaminhamento da documentação comprobatória”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Técnicos do TCU apontam superfaturamento em compra de Viagra por militares
Por Getulio Xavier
PT pede que TCU e PGR investiguem contrato do governo com empresa de tecnologia
Por CartaCapital