TCU determina que Bolsonaro pare de anunciar em sites com atividades ilegais

Para aprovar a reforma da Previdência, governo fez propagandas em sites de jogos de azar, canais investigados e de conteúdo infantil

O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/PR

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O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o governo do presidente Jair Bolsonaro pare imediatamente de destinar recursos de publicidade para sites e canais que executam atividades ilegais ou disseminam conteúdo que não está relacionado ao público-alvo de suas campanhas. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Segundo o veículo, a decisão ocorreu em caráter cautelar, na sexta-feira 10. O jornal informa que a verba oficial da propaganda da reforma da Previdência financiou sites e canais na internet de jogos de azar e de conteúdos infantis.

Como também mostrou a Agência Pública, o governo patrocinou propaganda da Previdência para canais religiosos e até investigados pela Justiça.

A reforma da Previdência foi aprovada em 2019 pelo Congresso Nacional, como agenda do ministro da economia, Paulo Guedes, para redefinir regras do sistema público de aposentadorias. Conforme publicou CartaCapital, a reforma aumenta a desigualdade, sacrifica os mais pobres e favorece empresas privadas.

 

Para aprovar a reforma, o governo fez ampla campanha na internet, por meio de contratação de agências de publicidade que compram espaços no GoogleAdsense, informa a Folha. O anunciante escolhe o público-alvo desejado, entre demais critérios, ao utilizar a plataforma.


Segundo planilhas da Secretaria de Comunicação (Secom), reportadas pelo jornal, 14 de 20 canais de YouTube que mais veicularam a propaganda da Previdência são voltados para o público infantojuvenil, como o Turma da Mônica.

A revelação motivou uma ação do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que foi respondida pelo ministro Vital do Rêgo, do TCU, que pediu explicações do governo em 15 dias em relação aos gastos. O Ministério das Comunicações também foi cobrado para investigar o caso e provar que não houve irregularidades.

A Secom diz que adotará as medidas determinadas e fornecerá as informações cabíveis, informa a Folha. Caso não se afaste a hipótese de irregularidade, um processo pode ser aberto para apurar os responsáveis de possíveis danos ao erário.

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