Justiça
STJ remarca ação que pode cassar mandato de governador do Acre para dezembro
Gladson Cameli é réu em ação que investiga fraudes em licitação, desvio de recursos públicos e formação de organização criminosa
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça agendou para o dia 3 de dezembro o julgamento da ação penal no Superior Tribunal de Justiça que pode levar à cassação do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), por suspeita de corrupção.
O colegiado começaria a análise do caso nesta terça-feira 18, mas teve de suspender o julgamento após uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinar a paralisação do processo até o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Polícia Federal apresentarem formulários utilizados para obter relatórios de inteligência financeira que embasaram a investigação.
Gladson Cameli é réu em ação que investiga fraudes em licitação, desvio de recursos públicos e formação de organização criminosa. No início do mês, a Corte Especial do STF renovou por mais 180 dias uma série de medidas cautelares impostas ao governador desde o recebimento da denúncia, em maio do ano passado.
A investigação contra ele teve início em 2019 e envolvem suspeitas sobre a contratação da empresa Murano, com sede em Brasília, para prestar serviços ao governo do estado. A empresa teria subcontratado outra, localizada no Acre, que tem como sócio Gledson Cameli, irmão do político. Esse arranjo teria resultado em um esquema de favorecimento financeiro ao governador e a outros envolvidos.
Segundo a PF, o governador seria o líder da organização criminosa. O grupo criminoso seria composto também pela esposa, Ana Paula Cameli, servidores públicos que ocupavam cargos de confiança no governo e empreiteiras da família do governador com atuação no Acre e em Manaus (AM).
O esquema teria causado prejuízo de 800 milhões de reais aos cofres públicos. A defesa dos envolvidos nega participação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Ministro do STJ decide que embriaguez ao volante não basta para provar dolo eventual
Por Maiara Marinho
STJ mantém condenação contra editora que escolheu pseudônimo sem o consentimento do autor
Por Maiara Marinho



