Justiça

STF mantém preso homem que está há mais de dois anos sem julgamento

A decisão da Corte vai contra uma resolução divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre prisões durante a pandemia

STF mantém preso homem que está há mais de dois anos sem julgamento
STF mantém preso homem que está há mais de dois anos sem julgamento
Cadeia Pública de Alta Floresta, Mato Grosso. Foto: Christiano Antonucci
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A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira 06, manter preso um homem que está há mais de dois anos em prisão preventiva sem julgamento. O pedido de soltura por excesso de prazo foi feito pela Defensoria Pública da União.

O caso aconteceu em 2018 no estado de Sergipe. O homem é acusado de furto e estelionato, crimes praticados sem o uso da violência, o que também justificaria sua soltura de acordo com a Defensoria.

Para o relator do caso, ministro Roberto Barroso, o fato do homem estar preso durante dois anos sem nem ter sido julgado pela primeira instância não é uma injustificada demora. “No caso de que se trata, não verifico desídia ou injustificada demora por parte do Poder judiciário que autorize o pronto acolhimento da pretensão defensiva”, diz o ministro em sua decisão.

Além de Barroso, votaram pela manutenção da prisão os ministros Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Rosa Weber. Pela soltura votou o ministro Marco Aurélio Mello.

Prisão na pandemia

A decisão da Corte vai contra uma resolução divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre prisões durante a pandemia. O texto sugere, entre outras coisas, a reavaliação de prisões provisórias e preventivas que resultem de crimes menos graves, além de indicar que novas ordens de prisão devem respeitar a “máxima excepcionalidade”.

De acordo com o CNJ, de maio para julho houve um aumento de 800% nos casos de covid-19 nos presídios.

Segundo o defensor público da União, Gustavo de Almeida Ribeiro, “a decisão mostra que o Brasil prende muito e prende mal”.

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