Justiça
STF forma maioria para permitir extinção de multa de condenados que não tiverem condições de pagar
O julgamento analisa a situação de condenados que cumpriram a pena de prisão, mas que por não pagarem a multa, ficam impedidos de acessar alguns direitos básicos


O Supremo Tribunal Federal formou maioria para a possibilidade de eliminar a pena de multa de um condenado, em um processo criminal, caso ele não tenha condições de arcar com o pagamento.
O julgamento ocorre no plenário virtual do STF e a votação termina às 23h59 desta sexta-feira 22.
A Corte analisa uma ação apresentada pelo partido Solidariedade, que questiona o entendimento de juízes, que a partir da lei, não é possível encerrar a punição se a multa do processo não for quitada.
Isto, em casos que o criminoso é condenado tanto à pena de prisão quanto de multa. Quando a pena de multa não é quitada, há efeitos em direitos básicos, como por exemplo, o exercício do voto.
O CPF da pessoa também fica irregular e ela não obtém a Certidão Criminal Negativa, o que causa impactos na busca por recolocação no mercado de trabalho.
A posição do relator do processo, o ministro Flávio Dino, é de que comprovada a falta de condições financeiras do ex-condenado em arcar com a multa, “ainda que de forma parcelada”, é possível a extinção da pena.
“Acrescento ainda a possibilidade de o juiz de execução extinguir a punibilidade do apenado, no momento oportuno, concluindo essa impossibilidade de pagamento através de elementos comprobatórios constantes dos autos”, fixou Dino, em seu voto.
Acompanham o entendimento do relator, os ministros: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Edson Fachin.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Defesa de Robinho apresenta novo recurso ao STF contra prisão do ex-jogador
Por André Lucena
Polícia Federal aciona o STF após áudios de Mauro Cid: ‘Graves acusações’
Por CartaCapital
Mauro Cid presta novo depoimento ao STF após repercussão de áudio sobre delação
Por CartaCapital
Os principais pontos do julgamento do STF contra leis estaduais que tratam de porte de armas
Por André Lucena