Justiça

Sindicatos de jornalistas reagem a demissões na CNN e vão ao Ministério Público do Trabalho

Entidades protestam contra série de demissões de profissionais da imprensa nesta quinta-feira 1

Foto: Divulgação/CNN Brasil
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Os Sindicatos dos Jornalistas do Rio de Janeiro e do Distrito Federal informaram que irão ao Ministério Público do Trabalho após a CNN Brasil anunciar uma série de demissões de jornalistas nesta quinta-feira 1º.

Em nota publicada nas redes sociais, o Sindicato do Rio afirmou que apresentará uma denúncia ao MPT. A organização declarou que “repudia veementemente a atitude da empresa” e que a emissora “fugiu de qualquer forma de aproximação” com o Sindicato.

A nota diz que a CNN avisou na manhã desta quinta sobre o fechamento da sucursal carioca e a demissão de um apresentador, dois analistas, um gerente, uma repórter, dois assistentes de produção e um estagiário.

Ainda segundo a nota, permanecerão na equipe quatro videorrepórteres e uma produtora, que estaria grávida.

O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal também informou a CartaCapital que notificará o MPT para acompanhar a situação. A organização declarou que em Brasília foram dispensados um apresentador, um videorrepórter e um produtor, além de uma funcionária de recursos humanos.

“Sem qualquer aviso prévio às equipes nem aos sindicatos, a atitude da empresa demonstra total insensibilidade e falta de respeito com profissionais que vinham prestando com empenho, em extensas jornadas de trabalho, sobretudo nos últimos meses, para levar informação de qualidade ao público”, diz uma nota.

Em São Paulo, o Sindicato informou que terá uma reunião com os profissionais e com a CNN nesta sexta-feira 2. A entidade declarou que vai apurar se a ação da emissora representa demissão em massa. Se for o caso, a empresa estaria obrigada a dar ciência à entidade sindical sobre a intenção, o que não foi feito, segundo uma nota.

O Sindicato reportou um número extraoficial de 40 jornalistas demitidos na capital paulista. Mais de 100 postos de trabalho teriam sido extintos nas diferentes praças da emissora.

“Nossa categoria provou por diversas ocasiões o seu papel essencial, na linha de frente na cobertura da pandemia e exposta a ameaças e agressões enquanto realizava o trabalho de apuração e fiscalização contra as ameaças antidemocráticas durante o período eleitoral. Ainda assim, o que recebemos de nossos patrões é o arrocho salarial, a precarização da profissão e as demissões“, diz uma nota do Sindicato de São Paulo.

Em comunicado interno, a CNN declarou que realiza uma “reestruturação de suas operações” com os objetivos de “fortalecer o DNA do canal, focado em hard news, e readequar custos, ajustando a empresa ao cenário econômico do País, criando condições para atingir o equilíbrio financeiro em 2023 e crescer”.

A emissora anunciou que “a coordenação da cobertura será concentrada em São Paulo e Brasília” e que, por isso, “a newsroom do Rio será desativada, sem prejuízo à cobertura”.

Em relação aos profissionais demitidos, a empresa disse manifestar “profundo respeito e gratidão” e que “a dedicação e o trabalho de cada um foram fundamentais para a construção e a consolidação da CNN no Brasil”.

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