Justiça

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Sem-terra na mira

Grileiros invadem um assentamento regularizado pelo Incra e destroem milhares de hectares de mata

Devastação. A área preservada caiu a menos da metade da área original – Imagem: Rafael D Marques/GOVMT
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Chegaram armados, com um mapa em mãos e documentos falsos. Se a gente não tivesse muita convicção sobre o que é nosso, teríamos ficado intimidados”, conta a agente de saúde Alessandra Siqueira da Costa, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e moradora do Assentamento 12 de Outubro, no município de Cláudia, em Mato Grosso. A área cercada pelo agronegócio, distante 90 quilômetros de Sinop, está há anos sob ameaça de grileiros ligados aos empresários da região. “Agora, eles estão por ali, ao redor do assentamento. A gente evita contato porque não quer conflito, mas também não deixamos eles avançarem sobre a nossa terra”, explica a camponesa, que trabalha também na cooperativa do movimento.

Alessandra participou da luta pela regularização fundiária do assentamento, concluída pelo Incra em 2012, e ajudou na criação da cooperativa que hoje representa a principal forma de comercialização dos alimentos produzidos para a subsistência das 170 famílias assentadas. Recentemente, quatro homens armados tentaram invadir o lote pertencente ao tio dela. “Eles fazem uma pesquisa e chegam bem-informados. A gente sabe que esses documentos que eles mostram são falsos. Neste caso, meu tio conseguiu ganhar deles na palavra, argumentou que a terra era dele e mostrou a documentação. Mas eles têm muitos jeitos de invadir, é gente profissional mesmo”, denuncia.

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