Justiça

‘Se eu soubesse, não aceitaria’: a irritação de Toffoli com vídeo exibido em sessão no STF

A advertência ocorreu no julgamento sobre a constitucionalidade das taxas de incêndio em três estados

‘Se eu soubesse, não aceitaria’: a irritação de Toffoli com vídeo exibido em sessão no STF
‘Se eu soubesse, não aceitaria’: a irritação de Toffoli com vídeo exibido em sessão no STF
Ministro Dias Toffoli na última sessão plenária deste ano judiciário de 2021. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
Apoie Siga-nos no

O ministro Dias Toffoli repreendeu a procuradora do Rio de Janeiro Cristina Siqueira Dias durante um julgamento no Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira 20, devido à exibição de um vídeo com fortes imagens de um incêndio em 1986 na capital fluminense.

A advertência ocorreu no julgamento sobre a constitucionalidade das taxas de incêndio instituídas no Rio Grande do Norte, no Rio de Janeiro e em Pernambuco. Ao fazer sua sustentação oral, a procuradora solicitou a transmissão do vídeo por considerar que ele ilustrava a importância da modernização da estrutura do Corpo de Bombeiros.

O material em questão era uma reportagem da TV Globo sobre o incêndio de grande proporções no Edifício Andorinha, no centro da capital. O fogo foi causado por um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado no nono andar do prédio, onde funcionava a empresa General Electric. A tragédia resultou em 21 mortes e deixou 50 feridos.

No vídeo, pessoas se atiram de janelas em meio ao desespero. Diante da forte carga emocional das cenas, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, mandou interromper a exibição.

Na sequência, Toffoli, relator das ações, manifestou desconforto com as imagens e destacou que não havia sido previamente informado sobre o conteúdo. “Se eu soubesse, não aceitaria”, declarou, lembrando que o jornalista Armando Nogueira, ex-diretor da TV Globo, se arrependeu de transmitir aquelas imagens à época.

Barroso citou que o advogado Eugênio Lyra Filho, seu colega, morreu na tragédia. Ele tinha um escritório no 12º andar do prédio e, apesar de ter conseguido fugir, retornou para ajudar duas funcionárias e não resistiu às queimaduras.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo