Candidato ao governo do Distrito Federal em 2022, o ex-deputado distrital e presidente do Iphan Leandro Grass (PV) foi condenado à perda dos direitos políticos por 8 anos pela divulgação de notícias falsas durante a campanha eleitoral.
A decisão foi tomada em julgamento na segunda-feira 4. Na prática, Grass fica proibido de disputar cargos públicos nesse período, a contar das eleições gerais de 2022.
O Tribunal Regional Eleitoral do DF concluiu que houve abuso dos meios de comunicação na disseminação de informações supostamente falsas sobre seu adversário na disputa, o governador Ibaneis Rocha (MDB). O placar foi de 4 votos a 2 pela condenação.
Nas redes sociais, Grass afirmou que “continua firme e convicto” de que fez “a disputa eleitoral de maneira íntegra, correta e sem cometer qualquer abuso de poder”. Ele destacou também que vai recorrer da decisão.
A Corte entendeu que o então candidato, ao longo de toda campanha, se valeu do horário gratuito de rádio, TV e internet para promoção de propaganda negativa contra Ibaneis e também houve a disseminação de notícias falsas, grave desinformação, calúnias e difamações.
Relator do caso, o desembargador Mario-Zam Belmiro Rosa foi voto vencido. Ele defendeu a absolvição da chapa por entender que o fato não gerou gravidade para desequilibrar o resultado das eleições, uma vez que o candidato a ser afetado pelas notícias inverídicas acabou eleito em primeiro turno, com 50,30% dos votos.
A candidata a vice-governadora Olgamir Amancia Ferreira também perdeu seus direitos políticos e está impedida de disputar cargos públicos pelos próximos oito anos. O coordenador de comunicação da campanha, Ricardo Borges Caputo Taffner, foi condenado a pagar uma multa de 20 mil reais.
Sociólogo pela Universidade de Brasília, Leandro Grass foi filiado ao Partido Verde em 2022 para disputar o governo distrital. Antes disso, foi deputado distrital pela Rede Sustentabilidade na Câmara Legislativa do DF, onde apresentou projetos que previam, entre outras coisas, a substituição de sacolas plásticas por biodegradáveis.
Em 2020, apresentou um pedido de impeachment contra o então presidente Jair Bolsonaro (PL) por declarações sobre a pandemia de covid-19 e os ataques constantes ao Supremo Tribunal Federal.
Grass foi candidato pela Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PCdoB e PV, e recebeu pouco mais de 434 mil votos (26,25% dos votos válidos).
Foi indicado em janeiro de 2023 à presidência do Iphan, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pela ministra da Cultura Margareth Menezes. A autarquia é responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do Brasil.
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