Justiça
Quem é Buzeira, influenciador dono de frota de luxo preso em operação da PF nesta terça
Alvo da ação que mira um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico internacional, ele tem mais de 15 milhões de seguidores no Instagram



Com mais de 15 milhões de seguidores apenas no Instagram, o influenciador Bruno Alexsander Souza Silva, conhecido pelo apelido Buzeira, foi um dos presos em operação contra um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas, realizada nesta terça-feira 14 pela Polícia Federal.
A PF não divulgou os nomes dos alvos da operação, mas fotos publicadas pela corporação mostram alguns dos muitos veículos de luxo de propriedade de Buzeira. Ele exibe imagens da frota nas redes sociais, onde também ostenta fotos carregando enormes maços de dinheiro e recebe pedidos de ajuda dos mais diversos tipos.
Carros apreendidos pela PF em operação nesta terça – Foto: Divulgação/PF
Em seu site oficial, faz propagandas de apostas esportivas (bets), de criptomoedas, de ferramentas de “renda extra online”, de uma loja de camisetas e até de uma farmácia. Sempre ativo nas redes, ele mostrou, na última madrugada, a participação em um jogo de pôquer.
Até as 10h da manhã desta terça, seus advogados não tinham feito manifestações públicas sobre a prisão. Alvo de busca e apreensão em operação da Polícia Civil de São Paulo em fevereiro deste ano, Buzeira escreveu, na época, que a ação teve relação com a compra de um carro ‘associado a outras pessoas que eu não conhecia’.
A operação
Além de Buzeira, a PF foi às ruas para cumprir outros dez mandados de prisão. A operação tem apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha, responsável pela prisão de um dos investigados, que está no território do país europeu.
“As investigações indicam que o grupo criminoso utilizava técnicas sofisticadas de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras em criptomoedas e remessas internacionais, voltadas à ocultação da origem ilícita dos valores e à dissimulação patrimonial”, destacou a PF, em nota.
Ainda de acordo com a corporação, parte do dinheiro movimentado foi direcionado para empresas vinculadas ao setor de bets.
O valor total de bens bloqueados passa dos 630 milhões de reais. Os investigados podem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação internacional.
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