Justiça

Procuradoria investiga uso de avião da FAB por garimpeiros ilegais

Aeronaves teriam transportado mineradores criminosos para uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em Brasília

Procuradoria investiga uso de avião da FAB por garimpeiros ilegais
Procuradoria investiga uso de avião da FAB por garimpeiros ilegais
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Foto: Carolina Antunes/PR O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Foto: Carolina Antunes/PR
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O Ministério Público do Pará (MP-PA) abriu, na quinta-feira 20, uma investigação para apurar o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) no transporte de garimpeiros ilegais.

O procedimento se baseia em documento da própria FAB, que confirmou o uso de um avião em 6 de agosto, para uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

De acordo com o MPF, no início do mês, a FAB enviou aeronaves à cidade de Jacareacanga (PA), para apoiar uma operação de combate a crimes ambientais nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, sobretudo garimpo ilegal. O envio dos transportes aéreos teriam ocorrido a pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

No entanto, a operação não ocorreu. Segundo o MPF, as aeronaves da FAB serviram para transportar garimpeiros ilegais até Brasília.

 

A investigação se baseia em documento da própria FAB, que confirmou o uso de aeronaves para transportar pessoas indicadas como lideranças indígenas até Brasília, para um encontro com Ricardo Salles. No dia anterior, o ministro havia ido a Jacareacanga e se reunido com os garimpeiros que eram alvo da operação.

Lideranças indígenas Munduruku negaram ao MPF que as pessoas transportadas no avião da FAB representassem a comunidade. Eles alegam que a caravana levada a Brasília era formada por sete defensores dos interesses dos garimpeiros, que atuam com a exploração ilegal de minérios na região.

De acordo com a legislação brasileira, a atividade do garimpo é ilegal quando exercida em terras indígenas.

Se confirmado o transporte de criminosos, o MPF verifica possível cometimento de desvio de finalidade, pois a FAB havia sido enviada ao local para apoiar o combate aos crimes ambientais.

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