Justiça

Polícia do Rio deflagra operação contra facção ‘Povo de Israel’, que movimentou R$ 70 milhões em golpes

Grupo criminoso atua de dentro de presídios com extorsões via celular; 44 mandados foram cumpridos no Rio e Espírito Santo

Polícia do Rio deflagra operação contra facção ‘Povo de Israel’, que movimentou R$ 70 milhões em golpes
Polícia do Rio deflagra operação contra facção ‘Povo de Israel’, que movimentou R$ 70 milhões em golpes
Foto: Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta terça-feira 22, a Operação 13 Aldeias, visando desarticular a facção criminosa “Povo de Israel“, que atua principalmente de dentro de unidades prisionais. A organização é responsável por golpes via celular e já movimentou cerca de 70 milhões de reais entre janeiro de 2022 e maio de 2023, de acordo com dados da polícia.

A facção, composta por mais de 18 mil membros — a maioria encarcerados —, representa 42% da população carcerária no estado do Rio de Janeiro.

Na ação, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão em diversos pontos da capital, como Copacabana e Irajá, além dos municípios de São Gonçalo, Maricá, Rio das Ostras, Búzios e São João da Barra, além do Espírito Santo. Cinco policiais penais suspeitos de colaborar com os criminosos estão entre os alvos.

Entre os locais investigados está uma joalheria na Zona Sul do Rio de Janeiro, acusada de lavar dinheiro obtido nas extorsões realizadas pela facção.

O “Povo de Israel”

O grupo foi fundado em 2004 por criminosos rejeitados por outras facções, incluindo estupradores e pedófilos. Utilizando celulares ilegais dentro das prisões, o “Povo de Israel” construiu uma rede de extorsão envolvendo 1.663 pessoas físicas e 201 jurídicas para movimentar os recursos.

Os líderes da facção, entre eles Marcelo Oliveira (“Tomate”), Avelino Gonçalves (“Alvinho”), Ricardo Martins (“Da Lua”) e Jailson Barbosa (“Nem”), são alvos da operação desta terça.

As investigações revelaram que o grupo expandiu sua atuação para o Espírito Santo e São Paulo, utilizando contas bancárias para lavar o dinheiro dos golpes aplicados.

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