Justiça

Polícia de SP pede prisão de Saul Klein após a acusação de estupro

Filho do fundador das Casas Bahia é investigado por diversos crimes envolvendo mulheres desde 2008

Foto: Prefeitura de Araraquara
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A Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, na Grande São Paulo, indiciou e pediu a prisão preventiva do empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, nesta quinta-feira 28. A informação é da Folha de S.Paulo. 

O empresário é acusado pelos crimes de organização criminosa, trabalho análogo à escravidão, tráfico de pessoas, estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição, favorecimento à prostituição e falsificação de documento público.

Além da prisão, a delegada ainda requisitou a prisão de outras nove pessoas. O pedido agora será encaminhado ao Ministério Público e à Justiça Estadual paulista que poderá determinar as prisões. 

A Polícia Civil investiga as condutas do empresário desde 2020, quando 14 mulheres acusaram Klein de aliciá-las e estuprá-las em festas realizadas na sua residência, em Alphaville. 

A defesa afirmou que Saul Klein nunca cometeu tais crimes. “O indiciamento divulgado ontem [quinta] e o pedido de prisão são atos discricionários da autoridade policial que não vinculam os demais atores processuais”, afirmou.

Em dezembro de 2020, a Justiça determinou que o empresário entregasse seu passaporte e o proibiu de entrar em contato com as denunciantes. 

À época, a defesa de Klein afirmou que o contato do empresário com as mulheres era feito por meio de uma agência que intermediava “sugar babies” e que ele manteria diversos relacionamentos de forma simultânea. 

“Ele era o ‘daddy’ de todos os ‘daddies’, do qual todas as ‘babies’ gostariam de ser ‘babies’”, disse o advogado à coluna da jornalista Mônica Bergamo.

Ainda segundo a defesa, as denunciantes estariam agindo por vingança após Klein parar de adquirir os serviços da empresa. 

A partir do relato das 14 mulheres à Ouvidoria da Mulher do Conselho Nacional do Ministério Público, o órgão concluiu que todas as mulheres foram vítimas de aliciamento sexual. 

“Eram procuradas por aliciadores em redes sociais e outros canais, informadas falsamente de que havia interesse na contratação delas por parte de uma empresa e conduzidas a uma apresentação, a título de teste, para o requerido Saul”, diz trecho da decisão judicial. 

“Os testes eram feitos em um flat e elas tinham que usar biquínis ou roupa íntima. Elas eram convencidas de que, se satisfizessem a lascívia do requerido Saul, poderiam ser contratadas para eventos na ‘mansão’ de Alphaville, quando então receberiam de mil a três mil reais, ou numa casa de campo dele em Boituva”, cita.

Após a decisão proferida em dezembro, a defesa voltou a se manifestar alegando que as relações eram consensuais. 

“As participantes estavam ali de livre e espontânea vontade —e, saliente-se, todas queriam voltar aos eventos, em demonstração de que estavam de acordo com o que ali acontecia”, diz o advogado de Klein. 

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