Justiça
PGR pede ao STF que volte a proibir a apreensão de menores sem flagrante no Rio
A queda de braço se arrasta desde dezembro, quando o TJ-RJ revogou a proibição na Operação Verão


A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal que volte a proibir a apreensão de menores nas praias do Rio de Janeiro quando não houver flagrante.
O pedido foi protocolado nesta sexta-feira 5 pelo procurador-geral Paulo Gonet. Ele solicita a suspensão imediata da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que revogou a proibição de apreensão de menores durante a Operação Verão.
Segundo Gonet, “ao suspender integralmente a liminar concedida na ação civil pública, a decisão do TJRJ não garantiu, porém, o direito de crianças e adolescentes de não serem submetidos a apreensões fora das hipóteses legais”.
A queda de braço judicial começou em dezembro, tendo como pano de fundo os frequentes arrastões nas praias de Copacabana e Ipanema. Desde então, o policiamento está reforçado na região e suspeitos são abordados e levados para a delegacia mais próxima para averiguação.
A Defensoria Pública do Rio, no entanto, passou a observar que jovens pobres e negros, sem mandado ou flagrante, eram proibidos de entrar nas praias e encaminhados para averiguação.
Em 15 de dezembro, a 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca da Capital determinou a proibição da apreensão de menores de idade sem mandados pendentes ou crime em flagrante. A medida, no entanto, vigorou por menos de 24 horas: no dia 16, o presidente do TJ-RJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, revogou a ordem.
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