Justiça

PF investiga produtor musical e cantor suspeitos de integrar esquema de garimpo ilegal na TI Yanomami

A Operação Disco de Ouro cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em Roraima, São Paulo, Pará e Minas; Um dos alvos é o cantor Alexandre Pires

PF investiga produtor musical e cantor suspeitos de integrar esquema de garimpo ilegal na TI Yanomami
PF investiga produtor musical e cantor suspeitos de integrar esquema de garimpo ilegal na TI Yanomami
Foto: MICHAEL DANTAS / AFP
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A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira 4 a Operação Disco de Ouro, com o objetivo de desarticular um esquema de financiamento e logística relacionado ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

A ação cumpriu dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo, Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). A Justiça também determinou o sequestro de mais de 130 milhões de reais dos suspeitos.

O inquérito policial aponta que o esquema seria voltado à “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da terra indígena.

A investigação, que ainda não foi encerrada, identificou transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração, além de “laranjas” para encobrir movimentações fraudulentas.

Um dos suspeitos de integrar o esquema seria Matheus Possebon, empresário conhecido nacionalmente no ramo musical, apontado como um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes.

Também está na lista o cantor Alexandre Pires, que teria recebido ao menos 1 milhão de reais de uma mineradora investigada. Um dos endereços alvos da PF nesta segunda-feira foi um cruzeiro do cantor, em Santos.

O advogado Fábio Tofic Simantob, que atua na defesa de Possebon, afirmou que a prisão do empresário é uma violência. “A defesa, porém, está certa de que esta violência será prontamente desfeita, e que Matheus poderá em liberdade comprovar que nada tem a ver com esta investigação”, acrescentou.

Já a defesa de Alexandre Pires informou, em nota, que o cantor “não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena”.

“Salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira”, reforçou.

A operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022 que identificou 30 toneladas de cassiterita extraídas da Terra Indígena Yanomami, depositadas na sede de uma empresa investigada, que estariam sendo preparadas para remessa ao exterior.

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