Justiça
PF afasta prefeito de São Bernardo do Campo em operação contra corrupção e lavagem de dinheiro
Marcelo Lima foi retirado do cargo por um ano e obrigado a usar tornozeleira eletrônica; investigação começou após apreensão de R$ 14 milhões com servidor da prefeitura


A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira 14 a Operação Estafeta, que apura suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa com atuação na prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).
O prefeito Marcelo Lima (Podemos) foi afastado do cargo por um ano, obrigado a usar tornozeleira eletrônica e proibido de entrar na prefeitura. A Justiça chegou a receber um pedido de prisão, mas negou.
Deputado cassado Marcelo de Lima Fernandes se tornou, em 2024, prefeito de São Bernardo do Campo. Foto: Câmara dos Deputados
Também são alvos: Danilo Lima Ramos (Podemos), presidente da Câmara Municipal e primo do prefeito; Ary José de Oliveira (PRTB), suplente de vereador e; Paulo Iran Paulino Costa, assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de SP, apontado como operador financeiro – atualmente foragido
Segundo a PF, a investigação começou em julho de 2025, após a apreensão de 14 milhões de reais em espécie com um servidor municipal suspeito.
Na operação desta quinta, a PF cumpre duas prisões preventivas, 20 mandados de busca e apreensão, afastamento de servidores de cargos públicos, quebra de sigilos bancário e fiscal e monitoramento eletrônico dos investigados
Dinheiro apreendido pela Polícia Federal com servidor da Prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande SP.
Foto: Divulgação/PF
As ações ocorrem em São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá, Diadema e São Paulo.
Os investigados poderão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa.
Em nota, o Podemos afirmou reconhecer “o grande trabalho” de Lima à frente da cidade e declarou confiança na “lisura da conduta” do prefeito. O partido defendeu prudência diante de “manifestações levianas” e reforçou a necessidade de que as apurações ocorram com “responsabilidade e respeito às garantias legais, inclusive com o direito de defesa”.
A Prefeitura de SBC e a Câmara de Vereadores da cidade foram procuradas por CartaCapital para comentar a operação, mas ainda não se pronunciaram. O espaço segue aberto.
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