Justiça

‘Para tirar as dores dos pais, me condenem’, diz réu da Boate Kiss

Bonilha disse que atuou em cerca de 14 shows com a banda e que em nove deles foram utilizados artefatos pirotécnicos

‘Para tirar as dores dos pais, me condenem’, diz réu da Boate Kiss
‘Para tirar as dores dos pais, me condenem’, diz réu da Boate Kiss
Fachada da boate Kiss foi derrubada em 2024. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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Nos dias finais do julgamento do incêndio na Boate Kiss, o ex-produtor musical da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha, em seu depoimento na manhã desta quinta-feira 9, pediu aos jurados para ser condenado. 

O júri popular, realizado em Porto Alegre por determinação judicial, já dura nove dias e deve por fim a espera de vítimas e familiares por um desfecho da tragédia que vitimou 242 pessoas e feriu outras 636. 

Bonilha foi o segundo réu, dos quatro acusados, a depor. “Não foi meu ato que causou tragédia, que tirou a vida desses jovens. Mesmo eu sabendo que sou inocente, para tirar as dores dos pais, me condenem”, disse Bonilha.

O ex-produtor confirmou que foi ele o responsável pela compra do artefato pirotécnico que deu início ao incêndio. Segundo ele, a compra teria sido um pedido de Danilo Jaques, sanfoneiro da banda e uma das vítimas fatais da tragédia. 

Bonilha também afirmou que a boate estava cheia no dia dos fatos e que os extintores de incêndio não funcionaram. 

“A história da boate Kiss é muito grande. Não posso vir aqui e lhe dizer que a boate não estava cheia, [pois] estava cheia sim. Os jovens não conseguiam deixar as garrafas nas mesas e ficavam com as garrafas no braço, era muito apertado.”

Nesta quarta-feira 8, o réu Elissandro Spohr, um dos sócios da boate, em seu depoimento, pediu para ser preso, pois estava “cansado”.

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