Justiça
Para maioria da 2ª Turma do STF, Deolane não precisa depor na CPI das Bets
A influenciadora foi convocada como testemunha, mas é investigada



A maioria dos ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu nesta segunda-feira 14 manter a decisão que barrou o depoimento da influenciadora Deolane Bezerra na CPI das Bets, aberta pelo Senado.
A oitiva estava prevista para a última quinta-feira 10, mas foi inviabilizada por uma decisão proferida pelo ministro André Mendonça.
Na semana passada, Mendonça concedeu uma liminar solicitada pela defesa e entendeu que Deolane é investigada pela Policia Civil de Pernambuco. Dessa forma, ela não está na condição de testemunha, como definiu a CPI.
Pelo entendimento, a influenciadora pode exercer o direito à não autoincriminação e deixar de comparecer ao depoimento.
Após a decisão, a CPI entrou com recurso no Supremo, e o julgamento virtual começou nesta segunda-feira.
Placar da votação
Além de André Mendonça, que reafirmou seu entendimento, os ministros Edson Fachin e Nunes Marques também votaram no mesmo sentido.
Ainda falta o voto de Gilmar Mendes, enquanto Dias Toffoli se declarou suspeito e não participa do julgamento. A votação terminará amanhã, às 23h59.
No ano passado, André Mendonça também barrou o depoimento de Deolane em outra comissão, a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado, pelo mesmo motivo.
Deolane é investigada pela Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco. A influenciadora é acusada de criar um site de apostas para lavar dinheiro de jogos ilegais. A ação foi desencadeada contra uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de 3 bilhões de reais em um esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar. A influenciadora nega as acusações.
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