Justiça

O que disseram as defesas dos réus no 2º dia de julgamento do núcleo 3 da trama golpista

Na próxima semana, nos dias 18 e 19, o Supremo irá retomar o julgamento com a leitura do voto de Moraes e a fixação das penas

O que disseram as defesas dos réus no 2º dia de julgamento do núcleo 3 da trama golpista
O que disseram as defesas dos réus no 2º dia de julgamento do núcleo 3 da trama golpista
O segundo dia de julgamento da Ação Penal 2696, que mira o núcleo 3 da trama golpista. Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O Supremo Tribunal Federal encerrou na manhã desta quarta-feira 12 as sustentações orais no julgamento do núcleo 3 da trama golpista. A Procuradoria-Geral da República acusa os dez integrantes do grupo de liderarem as ações de monitoramento para assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Lula (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). A PGR alega que o grupo elaborou o plano “Copa 22”, que deu origem ao “Punhal Verde e Amarelo”. 

Após o início das sustentações orais nesta terça-feira 11, hoje foi a vez das defesas de Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel), Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel), Sérgio Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal) manifestarem as argumentações na tentativa de absolvição dos réus. 

Além de negarem todas as acusações feitas contra os réus, as defesas elaboraram duras críticas ao delegado Fábio Shor, da Polícia Federal, por condução “mal feita” das investigações do caso. A alegação é de que ele está induzinda a PGR e o Supremo ao erro.

Na próxima semana, nos dias 18 e 19, o Supremo irá retomar o julgamento com a leitura do voto de Moraes e a fixação das penas. Depois, os demais ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino votam. 

O que alegam as defesas

  • Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)

O militar é acusado de ter participado do monitoramento do ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022. A PGR sustenta que, 14 dias depois, um chip com o CPF de Azevedo foi colocado em um celular supostamente usado na ação clandestina, ativado em 8 de dezembro daquele ano e usado por seis meses. A defesa de Azevedo nega a participação dele no planejamento e monitoramento e, ao demonstrar um comprovante do Rappi, disse que no dia 15, Azevedo estava em casa pedindo jantar, pois era seu aniversário. 

  • Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)

O militar é acusado de ter divulgado para o blogueiro Paulo Figueiredo a “carta ao comandante”, que tinha o intuito de pressionar o alto comando do Exército a aderir ao golpe. A defesa nega qualquer envolvimento com a trama e rejeita a divulgação da carta. Alegou que Ronald tomou conhecimento do documento por link público na internet, já que o texto estava circulando entre militares, e que ele não participou da elaboração.

  • Sérgio Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)

Sérgio é acusado de ajudar na elaboração da “carta ao comandante” e promover ações táticas para pressionar o Alto Comando do Exército. A acusação sustenta que ele possuía “posição tática, estratégica e conhecimentos especiais”. A defesa, por sua vez, minimiza a participação do militar e alega que ele exercia apenas uma função administrativa no Exército, sem vínculo ou contato com os kids pretos. De acordo com a defesa, o envio da carta para dois superiores foi feito como parte da função de Sérgio e não com objetivo de ruptura constitucional.

  • Wladimir Matos Soares (agente da Polícia Federal)

O agente da PF é acusado de participar de reuniões onde o grupo teria orquestrado o monitoramento das autoridades. A defesa, no entanto, alega que o agente não tinha contato com os demais denunciados. Sobre os áudios do réu alegando que estava preparado para prender Moraes, a defesa disse que foram apenas “frases fortes”, mas sem um objetivo concreto.

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